Reportagem de Drauzio Varella comove e Secretaria divulga endereço para envio de cartas a mulher trans presa em SP


História de Suzy Oliveira, entrevistada pelo médico Drauzio Varella, comoveu internautas



Após a comoção provocada pela cena em que a presa trans Suzy Oliveira é consolada pelo médico Drauzio Varella por estar há oito anos sem receber visitas no sistema penitenciário de São Paulo, a Secretaria da Administração Penitenciária do governo João Doria divulgou na segunda-feira (2) o endereço da unidade em que ela está para facilitar a chegada de correspondências.

A cena, exibida domingo (1) em reportagem do Fantástico (Globo) sobre o abandono e o preconceito contra presas trans, provocou uma mobilização de internautas para que a reeducanda receba cartas que atenuem sua solidão.

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"Há quanto tempo você está sem receber nenhuma visita na cadeia?", pergunta o médico, que conduziu a reportagem e é voluntário no sistema penitenciário desde 1989. "Oito anos, sete anos", responde Suzy, com a voz trêmula. Após segundos de silêncio, ele diz: "Solidão, né minha filha". E abraça Suzy, uma das mulheres trans confinadas em presídios masculinos no estado.

CARTAS PARA SUZY: tendo em vista a repercussão de reportagem exibida no Fantástico com a presa trans Suzy Oliveira, que está na Penitenciária I "José Parada Neto", a SAP recebeu pedidos interessadas em enviar cartas à reeducanda, que há 8 anos sem receber visitas. há 8 anos.
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O endereço para correspondência é o da unidade: Rua Benedito Climérico de Santana, 600, Várzea do Palácio, CEP 07034-080, Guarulhos/SP. Favor colocar o nome da reeducanda no envelope.
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Suzy está presa na Penitenciária José Parada Neto, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, assim como os outros presos e presas, ela recebe rotineiramente material de higiene da unidade prisional. Por trabalhar em uma empresa dentro da penitenciária, também tem direito mensalmente a 75% do valor de um salário mínimo.

Na reportagem, a presa conta que vive sozinha desde que o marido foi transferido de unidade. Também fala sobre o preconceito por ser uma mulher trans e soropositiva e conta que já precisou se prostituir em troca de "uma pasta de dente, um prato de comida".

Em levantamento inédito divulgado em janeiro deste ano, a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo mostrou que das 232.979 pessoas presas no estado, 869 se declaram mulheres ou homens trans. 

Segundo a secretaria, a maioria das travestis e mulheres trans - 535 das 682 entrevistadas - declararam preferir ficar nas unidades masculinas do que nas femininas. A explicação seriam os vínculos afetivos que são criados nas unidades prisionais, onde é comum a formação de casais que inclusive solicitam o direito de dividir a mesma cela.

Matéria completa:

FANTÁSTICO | Mulheres trans presas enfrentam preconceito, abandono e violência

Fonte: Folha.com

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