'O esforço de São Paulo contra o coronavírus', artigo de João Doria


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João Doria, governador de São Paulo

O mundo está oficialmente diante de uma pandemia do novo coronavírus, com consequências imediatas para a saúde, a economia e o comportamento da sociedade. A todos que contraíram o Covid-19 ou enfrentam as limitações de uma quarentena forçada, manifesto apoio e desejo de pronta recuperação e retorno à normalidade. Em tempos excepcionais, cabe aos diversos níveis de administração pública, serviços de saúde e autoridades econômicas a responsabilidade de enfrentar o desafio com ações baseadas em dados técnicos e científicos, aliando solidariedade, serenidade e dedicação.

Em São Paulo, tomamos medidas iniciais ainda em janeiro, quando não havia nenhum caso registrado no Brasil. Criamos um Centro de Contingência coordenado por um dos maiores infectologistas do País, o médico David Uip, que esteve à frente das ações oficiais contra o surto de outra epidemia – o H1N1, em 2009.

Iniciamos uma campanha de esclarecimento sobre a doença, preparando a população para adotar medidas básicas de prevenção e proteção. Promovemos campanha preventiva contra o coronavírus em rádios, TVs e na internet. Fizemos parceria com as principais companhias aéreas para informar e conscientizar passageiros que chegam ou partem dos aeroportos de São Paulo. Da mesma maneira, firmamos acordo com o Uber para orientar milhares de motoristas do aplicativo. E também veiculamos campanha com operadoras de telefonia, para enviar mensagens educativas a milhões de clientes.

Definimos hospitais para atendimento e isolamento de casos urgentes. O Instituto Butantan acelerou a produção da 75 milhões de dose de vacina antigripe, para que o governo federal pudesse antecipar a campanha de vacinação deste ano – medida que, por exclusão, auxilia médicos a diagnosticar com mais precisão a covid-19.

A Secretaria de Saúde mobilizou médicos, enfermeiros e técnicos de saúde para o estabelecimento de protocolos contra o coronavírus. São Paulo participou dos trabalhos nacionais com a equipe do Ministério da Saúde, conduzido pelo ministro Luiz Henrique Mandetta.

Diante dos novos casos de contágio dentro do Brasil, ampliamos o enfrentamento à covid-19. Elas antecipam ações que atenuam as consequências da pandemia. Suspendemos as aulas das escolas estaduais gradativamente; definimos o teletrabalho para servidores públicos com mais de 60 anos; determinamos o fechamento de museus, bibliotecas, teatros e centros culturais; cancelamos eventos com mais de 500 pessoas; adiamos as férias dos profissionais de Saúde e fechamos os 153 Centros de Convivência do Idoso.

Também estamos preparando mil novos leitos de UTI para atender pacientes em estado grave, incluindo a rede privada. Vamos adquirir 200 aparelhos de ventilação mecânica – indispensáveis para tratamento de casos extremos. E estamos comprando 20 mil kits para diagnóstico, além de equipamentos de proteção para médicos e enfermeiros.

Por mais amplo que seja o esforço de São Paulo, sempre precisamos de recursos, da dedicação dos profissionais de saúde e do comprometimento da população. Solicitamos R$ 250 milhões ao governo federal para intensificar o plano de contingência contra o novo coronavírus em São Paulo. Neste momento, prioridades humanitárias, sanitárias e de saúde pública devem prevalecer sobre questões políticas ou ideológicas.

Também lançamos medidas para reduzir o impacto econômico decorrente da doença e das restrições em curso. Especialistas preveem um período de cerca de 120 dias de medidas de exceção. Mas empresas e seus funcionários precisam de liquidez e garantias contra eventuais retrações de demanda. Por isso, estamos disponibilizando R$ 200 milhões em crédito subsidiado por meio do banco Desenvolve SP. As empresas que se habilitarem na linha de capital de giro terão redução na taxa de juros de 1,43% para 1,20% ao mês. Na linha de investimento, ampliamos a carência de 24 meses para 36 meses.

No Banco do Povo, oferecemos R$ 25 milhões em condições ainda mais vantajosas para micro e pequenos empreendedores. O crédito sem avalista teve seu limite ampliado de R$ 1 mil para R$ 3 mil. O prazo para pagamento passou de 24 meses para 36 meses. E a taxa de juros caiu de 1% para 0,35% ao mês.

Em momentos como este, governos e cidadãos devem agir juntos, adotando medidas básicas de prevenção e precaução. Vivemos uma excepcionalidade que, dentro de mais algum tempo, será superada. Esse prazo será tão menor e o período seguinte será tão melhor quanto mais eficientes forem nossas atitudes pessoais e coletivas. Bons governantes devem rejeitar omissão, paralisia e arroubos populistas. Planejamento, trabalho, dedicação e solidariedade baseadas em informações técnicas e científicas com o uso de tecnologia e competência de profissionais capacitados. Com eficiência e sem precipitações. Esse é o esforço de São Paulo contra a pandemia.

*João Doria é governador do Estado de São Paulo


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