Filho 02 do presidente, Carlos Bolsonaro ganha sala no Planalto para operar "gabinete do ódio"


Vereador do Rio de Janeiro, Carlos tem coordenado estratégia digital do governo em defesa do chamado isolamento vertical
Carlos e “gabinete do ódio” ajudaram no discurso genocida ...
Carlos e Jair Bolsonaro

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) ganhou uma sala próxima ao gabinete presidencial de seu pai, no Palácio do Planalto.

De acordo com relatos feitos à Folha, ele tem usado desde o início desta semana uma sala do terceiro andar, onde tem coordenado a ofensiva do governo nas redes sociais. O espaço, que já h​avia sido ocupado antes pelo vereador, pertence ao assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, que está de quarentena após ter contraído coronavírus.

A presença do filho do presidente na sede administrativa já tem gerado reclamações na equipe ministerial. O receio é de que Carlos, conhecido nas redes sociais como "pitbull", passe a monitorar a atividade de auxiliares presidenciais para contar ao pai.

Mentor do chamado "gabinete do ódio", bunker digital do Palácio do Planalto, o vereador tem atuado na estratégia online em defesa de uma quarentena vertical, ou seja, que resguarde apenas os grupos de risco (como idosos e pessoas com doenças preexistentes).

No esforço digital, Carlos —o filho 02 do presidente— tem contado também com o apoio do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) —o 03.

Na manhã desta terça-feira (31), por exemplo, Eduardo se reuniu com o pai no Palácio da Alvorada. Os dois filh​os ajudaram o presidente a formular o pronunciamento que ele fará na noite desta terça-feira (31) em cadeia nacional de televisão e rádio.

Para pressionar governadores e prefeitos a flexibilizar as regras de isolamento, a rede bolsonarista tem produzido vídeos a favor da reabertura de comércios e shoppings.

Desde a semana retrasada, os três filhos mais velhos do presidente montaram uma espécie de gabinete paralelo no Palácio do Planalto. Eles mobilizam simpatizantes nas redes sociais e participam de reuniões

Na semana passada, Carlos participou de teleconferência do presidente com governadores do Sul e do Norte. Ele também ajudou na redação do discurso do presidente em pronunciamento em cadeia nacional, feito na terça-feira (24).

A participação de Carlos em reuniões administrativas tem incomodado integrantes do governo, para os quais não caberia ao vereador do Rio de Janeiro participar de atividades federais que não competem ao seu mandato local.

Em entrevista à Folha, concedida na semana passada, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que, apesar de ter participado de reunião com governadores, Carlos "não abriu a boca". "Sentou, mas não abriu a boca, né. Ele sabe também que não vai abrir a boca porque não tem nenhum papel no governo", disse.​

Fonte: Folha.com

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