Cenário: 'Gripezinha' e 'colapso' por coronavírus atazanam Palácio do Planalto


Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, não se entendem há tempos

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Vera Rosa - O Estado de S.Paulo

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, não se entendem há tempos. Após perder popularidade, no entanto, Bolsonaro tentou colar sua imagem às ações do auxiliar no combate ao avanço do novo coronavírus. Não adiantou: foi traído pelas palavras.

Quando todos achavam que o presidente da República havia caído na real e percebido a gravidade da crise, ele não se aguentou. “Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar”, afirmou Bolsonaro, em referência ao atentado que sofreu na campanha eleitoral de 2018.

Horas antes, Luiz Henrique Mandetta havia dado um diagnóstico preocupante. “Claramente, no final de abril, nosso sistema de saúde entra em colapso.” Estava ao lado do presidente, que não gostou do que ouviu.

Alertado de que a declaração poderia provocar pânico, Mandetta tentou consertar mais tarde, dizendo que a crise só chegará nesse ponto se nada for feito, mas o fato é um só: a situação é essa mesma, sem tirar nem por.

O contraste entre as declarações de Bolsonaro e Mandetta é cada vez mais evidente. Nos últimos dias, monitoramentos de redes sociais mostraram que a aprovação de Bolsonaro caiu depois que ele minimizou a pandemia. Enquanto isso, Mandetta ganhou prestígio e elogios até mesmo de adversários.

Aconselhado a mudar o tom, o inquilino do Palácio do Planalto até “vestiu” uma máscara cirúrgica e anunciou medidas, mas, ao fim e ao cabo, disse o que realmente pensa. Depois de Bolsonaro se referir à crise como uma “histeria” e convocar manifestações de rua, desta vez foi a “gripezinha” que atropelou o caminho de Mandetta.

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