Prefeito Bruno Covas sanciona lei que cria Memorial dos Aflitos em terreno na Liberdade onde ossadas do tempo da escravidão foram encontradas
Espaço preservará acervo arqueológico e memória dos negros e negras que viveram no local no período da escravidão. Área abrigava antigo Cemitério dos Aflitos. Lei foi publicada no Diário Oficial
G1
O prefeito Bruno Covas (PSDB) sancionou o projeto de lei que cria o Memorial dos Aflitos no local onde, em dezembro de 2018, foram encontradas ossadas do tempo da escravidão. A área abrigava o antigo Cemitério dos Aflitos, primeira necrópole de São Paulo, entre os séculos XVIII e XIX.
A lei foi publicada no Diário Oficial nesta terça-feira (28).
De acordo com o texto, o Memorial dos Aflitos será "destinado à preservação de acervo arqueológico e memória dos negros e negras que viveram no bairro da Liberdade, no Centro de São Paulo, durante o período da escravidão."
De autoria do vereador Reis (PT), o Projeto de Lei foi aprovado na Câmara em dezembro do ano passado.

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A lei determina que as descobertas arqueológicas da região, ossadas e demais resquícios do antigo Cemitério dos Aflitos farão obrigatoriamente parte do acervo do memorial.
O espaço ficará sediado no terreno entre as ruas Galvão Bueno e Rua dos Aflitos, atrás da Capela de Nossa Senhora dos Aflitos. Em 2018, o G1 revelou com exclusividade que arqueólogos encontraram no local nove ossadas na área.

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Escravidão em São Paulo
Antes de se chamar Praça da Liberdade, o espaço público era conhecido como Largo da Forca, e o atual Largo Sete de Setembro era o Largo do Pelourinho. Sob a atual Rua da Glória estava o Cemitério dos Aflitos, documentado como a necrópole destinada aos escravos recém-identificada pela equipe da A Lasca.
O Largo da Forca era o destino dos condenados à morte até a metade do século 19, sendo a maioria deles de escravizados fugitivos. O local de enforcamentos foi escolhido pela proximidade com a necrópole.
A forca foi movida do local em 1874, após a pena de morte ser extinta no Brasil. Pouco abaixo do antigo Largo da Forca, o Largo do Pelourinho era o local onde, até a metade do século XIX, os negros fugitivos eram açoitados.
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Mapa mostra Cemitério dos Aflitos e outros pontos no bairro da Liberdade, onde os escravos viviam e eram mortos
Foto: Arte/G1
Seria legal você escrever de quem é o projeto no seu texto Welbi. ;)
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