PM pagou boleto de R$ 16,5 mil em nome da mulher de Flávio, referente a parcela de apartamento


Para promotores, policial ajudou senador a lavar dinheiro de rachadinha; empresa de segurança de PM fez transferências para a conta da loja de chocolate do senador

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Miguel Caballero, Camila Zarur, Bernardo Mello, Juliana Dal Piva, Juliana Castro e Thiago Prado - O Globo

No pedido de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Flávio Bolsonaro e a ex-assessores de seu gabinete na Alerj, ocorridas na quarta-feira, promotores do Ministério Público do Rio (MP-RJ) enumeram formas que o senador teria usado para lavar o dinheiro arrecadado com a prática de rachadinha. Uma delas teria a ajuda, segundo o MP-RJ, do sargento da Polícia Militar do Rio Diego Sodré de Castro Ambrósio, que chegou a pagar um boleto em nome da mulher de Flávio, Fernanda Antunes Nantes Bolsonaro, referente a parcela da compra de um imóvel.

A investigação do caso Queiroz identificou ao menos duas relações financeiras entre Ambrósio e Flávio Bolsonaro. Em 2014, o policial abriu a empresa de vigilância Santa Clara Serviços. Nos anos seguintes (2015 a 2018), foram identificados transferências bancárias e depósitos em cheque do próprio Ambrósio e da Santa Clara para a conta corrente da loja de chocolates de propriedade de Flávio Bolsonaro. Segundo a investigação, a contabilidade da loja era usada por Flávio para mascarar dinheiro devolvido por seus assessores na Alerj. Os promotores também identificaram, em 2016, transferências do policial para dois assessores de Flávio.

A relação entre os dois também tem outro capítulo. Em 2016, quando Flávio e sua mulher compraram um apartamento em Laranjeiras, uma das parcelas, no valor de R$ 16,5 mil foram pagar pelo policial. O boleto bancário emitido estava em nome da mulher de Flávio, Fernanda Antunes Nantes Bolsonaro. Naquele ano, o capital social da empresa e Ambrósio era de R$ 20 mil, assinalam os promotores.

A investigação também apontou inconsistências na contabilidade da loja de chocolates - uma disparidade entre os lucros obtidos por Flávio e por seu sócio, quando ambos detinham 50% das cotas da empresa - o que seria um novo indício de que a loja era usada para lavar dinheiro para o senador.

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