Turismo em São Paulo


Estado tem um potencial inexplorado enorme. Explorá-lo depende sobretudo da articulação entre setores

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O Estado de S.Paulo

O turismo é uma atividade pouco associada ao Estado de São Paulo pelo imaginário popular, incluindo o dos próprios paulistas. Os números, porém, mostram uma realidade diferente: São Paulo é, no Brasil, não só o maior emissor de turistas, como o maior receptor.

Dos R$ 3,3 trilhões que constituem o PIB paulista, o turismo representa cerca de 10%. O Ministério do Turismo aponta que o Estado foi o que mais recebeu turistas estrangeiros no ano passado, cerca de 2,25 milhões, 34% do total nacional. Segundo o IBGE, no primeiro trimestre deste ano o turismo cresceu em média 3,1% no País em comparação com o mesmo período em 2018. Já em São Paulo esse crescimento foi de 7,7%. De todos os empregos formais em turismo no Brasil, 30% (3,5 milhões) estão em São Paulo.

Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo revelam que 41% das vendas nacionais feitas por empresas relacionadas ao turismo estão concentradas em São Paulo. A título de exemplo, a participação do Rio de Janeiro é de 10,4%. Nos últimos quatro anos, o volume de serviços em turismo no Brasil cresceu 1,4% ao ano. Em São Paulo, cresceu 4,4%, três vezes mais que a média nacional.

Visando a potencializar essas condições, a Secretaria de Turismo estadual lançou no início do ano o programa São Paulo Pra Todos.

Uma das medidas já tomadas foi a redução da alíquota do ICMS sobre o combustível de aviação. Em contrapartida, as companhias aéreas criaram 660 novos voos no Estado e se comprometeram a investir R$ 40 milhões em publicidade para promover o Estado. Segundo estudo da Associação Brasileira de Empresas Aéreas, os novos voos e os destinos atendidos têm um potencial de gerar 59 mil empregos e compensar diretamente a queda de arrecadação no ICMS em R$ 110 milhões ao ano.

Além disso, seguindo um modelo bem-sucedido em países como Portugal, o governo está implementando com as companhias de aviação um programa que permite que passageiros com conexão nos principais aeroportos paulistas possam ficar em São Paulo alguns dias, sem custo adicional no valor da passagem.

Em parceria com o BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, o governo estadual também pretende viabilizar uma série de linhas de crédito totalizando mais de R$ 1 bilhão para financiamentos de iniciativas turísticas nos setores público e privado.

Para otimizar esses recursos, um trabalho importante será o mapeamento das regiões do Estado e suas potencialidades. A partir daí deverão ser montados portfólios para apresentar aos investidores as oportunidades do setor. Com este mapa, será possível fomentar ações como rotas gastronômicas, artísticas ou ecológicas. Um passo que ainda precisa ser mais bem consolidado são as parcerias com instituições voltadas para a educação e formação, a fim de preparar quadros profissionais para o setor.

Peça-chave para a promoção do turismo no Estado é sem dúvida a capital, que já é o principal destino de turismo de negócios do País. Um levantamento do site de viagens TripAdvisor aponta a cidade de São Paulo como o sexto destino preferido do Brasil e o 11.º da América do Sul. O estímulo ao turismo pode ajudar a concretizar programas há muito esperados pelos paulistanos, como a limpeza do Rio Pinheiros e, sobretudo, a revitalização do centro. Durante o governo de Michel Temer, o Ministério do Turismo, por exemplo, foi responsável por um aporte de R$ 30 milhões ao chamado Triângulo Histórico.

São Paulo é não só uma realidade enquanto destino turístico, como tem um potencial inexplorado enorme. Explorá-lo depende sobretudo da articulação entre instâncias municipais e estaduais, assim como entre o poder público e a iniciativa privada. Se a Secretaria de Turismo conseguir catalisar estes setores em ações comuns, os paulistas certamente poderão comprovar que São Paulo, assim como sempre foi um destino para todo o tipo de imigrantes, é um destino para todos os turistas.

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