Procurador-geral manda investigar denúncia de ‘rachadinha’ no gabinete do líder do PSL na Assembleia de São Paulo


Gianpaolo Poggio Smanio, chefe do Ministério Público de São Paulo, determinou ao setor de competência originária da instituição a abertura de procedimento que cita o deputado Gil Diniz

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Bolsonaro e Gil Diniz

Fausto Macedo e Pepita Ortega - Estadão

O procurador-geral de Justiça de São Paulo Gianpaolo Poggio Smanio mandou abrir procedimento no setor de competência originária do Ministério Público do Estado para investigar a denúncia de ‘rachadinha’ no gabinete do deputado Gil Diniz, líder do PSL na Assembleia Legislativa. O caso foi revelado pelo ex-assessor parlamentar Alexandre de Andrade Junqueira, que afirma que presenciou ‘por vezes’ a circulação de dinheiro em espécie no gabinete do ‘Carteiro Reaça’.

Smanio também determinou a remessa de cópia da representação de Junqueira para a Promotoria de Defesa do Patrimônio, braço do Ministério Público que investiga atos de improbidade. O ex-assessor do ‘Carteiro Reaça’ entregou o documento à Procuradoria-Geral de Justiça nesta segunda, 14.

Na representação, Junqueira relata, além da ‘rachadinha’, a presença de uma funcionária fantasma no gabinete de Gil Diniz, que, segundo o ex-assessor, ‘não trabalhava e apenas assinava o ponto e devolvia o dinheiro para o Deputado’.

O ‘Carteiro Reaça’ reagiu à acusação de Junqueira: “Saiu magoado e agora fez essa denúncia”. O deputado, que foi assessor de Eduardo Bolsonaro na Câmara até 2018, quando se elegeu, afirma que o ex-servidor não tinha ‘produtividade’ e foi exonerado.

Junqueira trabalhou como assessor do ‘Carteiro Reaça’ entre 20 de março e 31 de julho e conta que ‘logo no início’, pediram para que ‘devolvesse parte do salário’. O ex-servidor ganhava, em média, R$ 15,5 mil.

O ex-servidor diz que houve uma menção especial com relação às GEDS, as ‘Gratificações Especiais por Desempenho’. “Só foram incorporadas ao meu salário para que eu as devolvesse em dinheiro para o Deputado”, diz.


Na representação ele afirma ainda que se recusou a devolver o salário, e, que, por isso, teria recebido a proposta de um rebaixamento para o cargo de motorista. Ele alega que não aceitou a oferta, foi proibido de ir ao gabinete e orientado a ‘comparecer apenas uma vez por semana para assinar a folha de ponto’.

“Todos os assessores que recebem o salário no teto fazem rodizio das gratificações, que costumam ser sacadas em dinheiro para pagamento das contas de apoiadores do Deputado Estadual Gil Diniz. Tenho conhecimento que o mesmo procedimento ocorre na Liderança do PSL na Assembleia Legislativa de São Paulo”, registra ainda o ex-servidor.

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