Eleições 2020 em SP: veja lista de cotados para disputar a Prefeitura


O tucano Bruno Covas deve disputar sua recondução ao cargo, enquanto que o PSL sinaliza com Joice Hasselman para a corrida pelo comando da capital paulista

João Ker e Vinícius Passarelli - O Estado

As eleições municipais ocorrerão em outubro de 2020, mas os partidos já se movimentam em busca dos seus nomes para a disputa da Prefeitura de São Paulo. Conquistar prefeituras de capitais e grandes cidades é fundamental para que os diferentes grupos políticos construam suas bases para projetos futuros, como a disputa presidencial de 2022.

O atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), tentará ser reconduzido ao cargo e tem o apoio do governador João Doria (PSDB). O candidato do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, ainda não está definido, mas o nome da deputada federal e líder do governo no Congresso Nacional, Joice Hasselmann (PSL), desponta como um dos favoritos. Nesta terça-feira, o PSL sinalizou o nome da deputada como provável candidata.

O Partido dos Trabalhadores (PT) ainda não tem definido quem será seu candidato à Prefeitura de São Paulo. O partido, inclusive, cogita não lançar um nome próprio e apoiar outro candidato que tenha mais força em 2020. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba desde abril de 2018, já teria dado esse aval. No entanto, nomes como o do ex-ministro José Eduardo Cardozo e o de Ana Estela Haddad, mulher do ex-prefeito Fernando Haddad, também aparecem como possibilidades. 

O ex-governador Márcio França (PSB), o ex-candidato à Presidência Guilherme Boulos (PSOL) e o apresentador de TV José Luiz Datena são outros nomes que aparecem como possíveis pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo. Confira abaixo quem são, até o momento, os cotados para a disputa:


Bruno Covas (PSDB)


O atual prefeito de São Paulo deve tentar a reeleição pelo PSDB em 2020, com o apoio do governador João Doria. Em um cenário marcado pela polarização, no qual provavelmente haverá uma disputa entre o candidato bolsonarista e o candidato da esquerda, Covas deve focar seu discurso no centro político. Covas é neto do ex-governador Mário Covas e foi vice-prefeito de São Paulo, assumindo a cadeira de prefeito após Doria deixar a prefeitura para a disputa do governo do Estado em 2018.


Andrea Matarazzo (PSD)

Figura histórica do PSDB, Matarazzo deixou o partido em 2016, após 30 anos, devido a conflitos com João Doria na disputa para a candidatura à Prefeitura de São Paulo nas últimas eleições municipais. O ex-embaixador e ex-ministro se transferiu para o PSD e compôs a chapa de Marta Suplicy (MDB) como candidato a vice-prefeito. Três anos depois, ele já se coloca como pré-candidato à prefeitura paulistana. “Desde que eu estive na Prefeitura como subprefeito eu venho me preparando (para ser candidato). Fui vereador para conhecer a Câmara por dentro e a motivação do vereador no dia a dia da cidade”, afirmou no início de agosto em entrevista ao Estado.


Joice Hasselmann (PSL)

A líder do PSL no Congresso já demonstrou publicamente seu interesse na Prefeitura de São Paulo e, de acordo com ela, tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro e de Luciano Bivar, presidente da sigla, para a campanha. "Não sou mulher de amarelar", disse durante entrevista concedida em julho ao Estado. Joice era parte de uma disputa interna do PSL paulista, hoje presidido pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. O grupo de Eduardo, que tem o senador Major Olímpio como aliado, defendia outro nome para a disputa da prefeitura, como o do apresentador José Luiz Datena.

No entanto, após a saída do deputado federal Alexandre Frota - próximo a Joice - para o PSDB, os ânimos no PSL se arrefeceram e o nome da parlamentar deve ser confirmado pelo partido do presidente Jair Bolsonaro. Em evento para empresários na capital paulista nesta terça-feira, 27, Major Olímpio convidou a deputada para ser a candidata. “Tudo caminha para o sim. Não poderia dizer sim sem que a executiva estadual de São Paulo estivesse unida”, afirmou Joice durante o evento.


Márcio França (PSB)

Ex-vice-governador de Geraldo Alckmin em São Paulo, França ocupou a cadeira de governador do Estado em 2018 após o tucano anunciar sua candidatura à Presidência da República. Foi candidato a governador e, com 21,5% dos votos válidos, chegou ao segundo turno contra o candidato tucano João Doria, que foi eleito com 51,75% dos votos válidos. No entanto, França obteve 58% dos votos na capital, contra 42% de João Doria, o que fortalece seu nome para a disputa da Prefeitura. Segundo a Coluna do Estadão, lideranças do PT enxergam o ex-governador como uma opção de composição de chapa.


Guilherme Boulos (PSOL)

Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e a frente das principais mobilizações de rua de movimentos sociais desde a prisão do ex-presidente Lula, Boulos se coloca como um nome forte da esquerda para a disputa da Prefeitura de São Paulo. Foi candidato a presidente da República nas eleições de 2018 pelo PSOL e, com apenas 0,58% dos votos, ficou na 10ª posição no primeiro turno.

Caso o PT não lance uma candidatura própria e decida apoiar um candidato de outro partido, o nome de Boulos aparece como uma opção, dada sua proximidade com Lula e seu protagonismo na mobilização de manifestações com a bandeira do “Lula Livre” e pela reivindicação do direito do petista disputar as eleições de 2018, quando sua candidatura foi impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


José Eduardo Cardozo (PT) / Ana Estella Haddad 

O ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, é um dos nomes mais fortes do PT para a disputa da prefeitura paulistana e já teria tido o aval de Lula para isso. Advogado, Cardozo foi quem defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff, de quem foi ministro, durante o processo de impeachment em 2016.

O nome do partido para a eleição na maior cidade do País, no entanto, ainda está longe de ser definido. No início de agosto, a sigla - que tem a segunda maior bancada na Câmara dos Deputados e, portanto, uma das maiores fatias do fundo eleitoral para as eleições de 2020 - iniciou seu processo de escolha do candidato a prefeito de São Paulo e cinco nomes apareceram como pré-candidatos: o ex-deputado Jilmar Tatto, os deputados Carlos Zarattini e Paulo Pimenta - que é líder do PT na Câmara -, o vereador Eduardo Suplicy e o urbanista Nabil Bonduki. Lideranças do partido também apostam no nome deAna Estela Haddad, mulher de Fernando Haddad, como um possibilidade vinda da sociedade civil.


José Luiz Datena (Sem partido)

Pretendido por figuras do PSL como o senador Major Olímpio e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o apresentador, que já foi filiado ao DEM e ao PT, já demonstrou interesses eleitorais. Nas eleições presidenciais de 2018, chegou a anunciar sua intenção em se candidatar, mas acabou não levando a ideia adiante.

Em entrevista ao Estado em julho, a deputada Joice Hasselmann - que disputa com o apresentador a preferência do PSL para a candidatura - afirmou que houve um “pré-namoro” do partido com Datena, mas o associou ao PT. “É um cara legal, gosto dele, mas o Datena tem um histórico de 23 anos de PT. Como você vai lançar como nome da direita um cara que tem um histórico dentro do PT. Mesmo tendo passado pelo DEM não deu para depurar", afirmou. 


Tabata Amaral (PDT)

Apesar de já ter negado qualquer plano de concorrer ao cargo, a deputada tem chamado atenção do centro e de partidos como o PSDB, exatamente por fugir da polarização criada por esquerda e direita. Seu voto a favor da reforma da Previdência, contra a orientação do PDT, foi encarado por partidos liberais como um “compromisso com as contas públicas”.

Eduardo Mufarej, empresário e fundador do RenovaBR - grupo de renovação política do qual Tabata faz parte -, já afirmou em entrevista ao Estado que o grupo é contra o abandono de mandato para a disputa de eleições. “Afastar-se do mandato para disputar outra eleição enquanto desempenha seu primeiro mandato eletivo representa um descompromisso com nossa instituição”, afirmou.



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