Propaganda de Alckmin mostra Bolsonaro ofendendo mulheres


Deputado reage insinuando envolvimento de tucano em caso que ele não é citado



Jair Bolsonaro xinga deputada Maria do Rosário, em trecho de propaganda de Geraldo Alckmin 


A campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) lançou vídeo mostrando o adversário na disputa à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) maltratando mulheres e fez subir a tensão entre os dois.

O vídeo, veiculado no sábado (1º), primeiro dia do horário de TV com presidentes, começa com uma questão: "Você gostaria de ser tratada deste jeito?". Então, reveza imagens de dois episódios em que Bolsonaro xinga mulheres.

Uma das situações ocorreu em 2003, na Câmara, com a deputada federal Maria do Rosário (PT). Na ocasião, ela acusou Bolsonaro de promover a violência sexual, na frente das câmeras da RedeTV!. "Jamais iria estuprar você, porque você não merece", afirmou ele.

Maria do Rosário, então, disse que daria uma bofetada em Bolsonaro se ele tentasse algo. Ela recebeu empurrões do deputado, que disse "dá que eu te dou outra" antes de chamá-la de "vagabunda" e ser contido pelos seguranças da Câmara.

Em 2014, Bolsonaro voltou a repetir que não estupraria Maria do Rosário porque ela não merecia."‚Atualmente, o parlamentar é réu de duas ações penais no Supremo, que tramitam em conjunto, sob a acusação de incitar o crime de estupro no episódio.

O outro caso citado na propaganda Alckmin aconteceu também em 2014, com a repórter Manuela Borges, então funcionária da RedeTV!. Bolsonaro se irritou com uma pergunta sobre a ditadura militar e chamou a jornalista de idiota e ignorante. Manuela cogitou processá-lo, mas, segundo disse ao UOL, desistiu da ação depois de ser desencorajada pela emissora.
Enquanto alterna entre os dois episódios, a propaganda de Alckmin pergunta se o eleitor gostaria de ter a mãe ou a filha tratada daquela maneira. "Você gostaria de ter um presidente que trata as mulheres como Bolsonaro trata?", conclui o vídeo.

Bolsonaro respondeu à propaganda primeiro no Twitter. "Você gostaria de que sua filha ficasse sem merenda escolar?", escreveu. A resposta faz referência à máfia da merenda, alvo de duas operações nos últimos anos.

O deputado também se queixou dos ataques durante ato de campanha em Rio Branco, no Acre. "Começou o horário eleitoral gratuito, começaram as agressões. Tá o chuchu me atacando o tempo todo. Aquele cara acusado de roubar a merenda de nossos filhos", afirmou.

 No entanto, Alckmin nunca foi citado, nem acusado de envolvimento no caso.

Neste domingo (2), o embate continuou com tréplica de Alckmin. "Não há nenhum ataque. É ele que fala. Se o que ele fala é ataque, problema dele", disse, em evento em São Bernardo do Campo.

Alckmin disse ainda que Bolsonaro é mal informado. "Porque a questão da merenda o estado que apurou junto com o Ministério Público. Não teve nenhum envolvimento de ninguém do governo. Não teve nenhum prejuízo."

"O que havia era estelionatário comandado cooperativa e prejudicando fortemente os cooperados. E foram punidos", afirmou.

Apesar dos comentários, Alckmin só citou Bolsonaro, com quem disputa eleitores, depois de ser questionado. Ainda assim, foi sucinto.

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