Em visita ao Inca, Alckmin promete reabrir leitos fechados do SUS


Candidato também visitou o Saara e disse que pretende criar 'grande programa de microcrédito'

WALESKA BORGES - O GLOBO

O candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin em visita ao Saara 
FOTO: MAURO PIMENTEL / AFP

O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, visitou na tarde desta quinta-feira a sede do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio. Durante a visita, ele disse que um dos seus compromissos na área da saúde será reabrir leitos fechados do SUS e retomar obras paralisadas, como a da expansão do Inca. Alckmin também esteve na tarde desta quinta-feira no Saara, centro comercial popular, no Centro da cidade. Segundo o candidato, caso eleito, ele pretende criar um "grande programa de microcrédito".

Logo após a vista ao Inca, Alckmin lembrou que a instituição tem 80 anos de existência, além de ter excelência no diagnóstico das doenças oncológicas, na prevenção, no tratamento, na pesquisa e no ensino. Ele ressaltou também que, atualmente, em 10% dos municípios brasileiros, a primeira causa de morte já não é mais coração e sim por câncer.

- Tem uma obra ao lado (do Inca) iniciada, 10% do contrato feito mas que não teve prosseguimento. Por isso, eu tenho destacado a importância de recuperamos a economia brasileira, recuperarmos a volta do crescimento. Porque recuperando o crescimento da economia, recuperando o investimento, o governo arrecada mais e a primeira tarefa é terminar o que começou. Fortalecer instituições com a expertise que tem aqui o Instituto Nacional de Câncer e a importância que tem para a população do Rio de Janeiro - avaliou o candidato.

Questionado sobre sua proposta para área, Alckmin disse que a primeira proposta é colocar para funcionar os leitos fechados.

- Nós temos muitos leitos fechados no Brasil, mais de 30 mil que não funcionam estão ociosos por falta de custeio. Você tem prédios, equipamentos, recursos humanos e precisa ter custeio. A primeira tarefa é reabrir. O Rio de Janeiro, por exemplo, perdeu quase 10 mil leitos do SUS, seja dos próprios governos ou de entidades filantrópicas. A Santa Casa do Rio de Janeiro está funcionando muito precariamente. A segunda tarefa é terminar o que começou - disse apontando a obra paralisada do Inca como um dos exemplos.

O candidato afirmou também que a promessa de zerar o déficit público em dois anos não é uma "fantasia". Ele lembrou que, como governador de São Paulo, entregou superávits mesmo em meio à crise econômica. O tucano informou que, caso eleito, sua gestão fará o corte de despesas supérfluas, privatizações e revisão de subsídios.

Alckmin falou ainda sobre a política de preços da Petrobras. Ele defendeu a criação de mecanismos tributários para criar um "colchão" que amenize os impactos da oscilação dos preços dos combustíveis. Para ele, os reajustes deveriam ser a cada 30 ou 60 dias, mas que o governo não pode voltar a controlar preços.

Ao ser questionado sobre o empate técnico com Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Fernando Haddad (PT) na última pesquisa de intenção de voto, divulgada pelo Ibope, o candidato disse que o eleitor vai decidir em quem votar nos últimos dias antes do pleito.

- O eleitor vai se decidir lá na frente. Até pelo sofrimento que o Brasil passou. Vai ter muita reflexão. Já foi assim nas últimas eleições - opinou.

No Saara, Alckmin caminhou ao lado da candidata a senadora pelo PSDB, Aspásia Camargo, além de candidatos a deputados estadual e federal. No local, cumprimentou pedestres e comerciantes. Ele informou que pretende criar grande programa de microcrédito em um possível governo:

- Não tem país no mundo com pequenos empreendedores com a resiliência do brasileiro. Quero um grande programa de microcrédito. Não tem que subsidiar grandes campeões nacionais.

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