PSDB estará unido para vencer eleição em São Paulo, diz Doria


Prévias tucanas ocorrem nos dias 18 e 25, como defendeu o prefeito; ele não admitiu ser pré-candidato

Daniel Weterman - O Estado de S.Paulo


Aclamado por um grupo de militantes como candidato a governador de São Paulo, o prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira, 5, que o PSDB estará "unido" para vencer a eleição estadual e garantir votos para eleger Geraldo Alckmin como presidente da República.

Em uma reunião do diretório estadual do partido marcada pela divergência em torno da data das prévias, Doria não admitiu ser pré-candidato, mas disse que o PSDB estará unido em torno de um nome para vencer a eleição. 

"É com esta energia que vocês têm aqui que nós juntos vamos ganhar a eleição em São Paulo e vamos fazer o futuro governador do Estado e o futuro presidente da República do Brasil com Geraldo Alckmin", disse Doria, que subiu em uma mesa para discursar.

Um grupo de parlamentares do PSDB vai inscrever o nome de Doria nas primárias tucanas, como antecipou o Broadcast Político. O presidente da Assembleia Legislativa, Cauê Macris, afirmou à reportagem que o grupo vai apresentar o nome de Doria até o dia 13 de março, data-limite para as inscrições. "Se os outros pré-candidatos não declinarem, vamos para as prévias", disse o parlamentar, que encabeça a coleta de assinaturas entre deputados estaduais, federais e vereadores em apoio ao nome de Doria para a sucessão.

Doria lembrou sua eleição à Prefeitura de São Paulo em 2016 e disse que o partido "arrasou" o PT do município.

"Não tenham medo de defender a melhor opção do nosso partido (para o governo estadual)", disse, sem declarar que nome será esse.

O prefeito afirmou ainda que o adversário do PSDB não está no partido, mas está fora, conclamando a militância a se unir em torno de uma candidatura.

Durante a reunião do diretório, o prefeito de São Bernardo do Campos, Orlando Morando, próximo a Doria, classificou como "adversário" o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), que já se lançou para disputar a sucessão de Geraldo Alckmin.

Durante a reunião do diretório, enquanto Doria defendia a manutenção das prévias para os dias 18 e 25 de março, outros três pré-candidatos propuseram o adiamento para 25 de março e 2 de abril, defendendo mais tempo para debates.

"Que história é esta de não ter debate?", questionou o ex-senador José Aníbal, que apresentou a proposta de adiamento com o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, e com o cientista político Luiz Felipe d'Ávila, que também colocaram seus nomes para a disputa. Os três defenderam ainda a realização de cinco debates entre os postulantes à vaga.

Em determinado momento de seu discurso, antes da decisão, Aníbal mandou um militante divergente sobre as datas das prévias "calar a boca" e o chamou de "moleque". A resposta veio na fala de Doria, após a deliberação, em cima da mesa.

"Isso (a vitória) não se conquista com ódio, com cara feia, com palavrões, atrás dos muros, não se conquista com 'cala a boca', debaixo da mesa, em conchavos, se conquista no voto", declarou o prefeito, puxando um coro em seguida: "É no voto! É no voto!".

O prefeito classificou a decisão do diretório como uma vitória dos militantes, e não uma conquista pessoal. "Não há vencidos nem vitoriosos."

A posição de Doria foi seguida por 70 integrantes do diretório, enquanto 34 votaram para o adiamento das prévias proposto por Aníbal, Pesaro e d'Ávila. Houve uma abstenção.

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