Os 'causos' e piadas que Geraldo Alckmin conta


Resultado de imagem para alckmin café

O quem acompanha de perto Geraldo Alckmin sabe que ele nunca perdeu os hábitos simples de homem interiorano. De vereador e prefeito de Pindamonhangaba, sua terra natal, a governador de São Paulo, faz questão de em todas suas agendas públicas, mesmo fora dos períodos eleitorais, parar em um bar ou padaria para tomar um cafezinho com outras autoridades, correligionários e com a população.

Outro hábito que Alckmin mantém é o de contar 'causos' e piadas em seus discursos e reuniões. Tornando as chatas solenidades e os eventos políticos mais descontraídos.

*

Leia alguns dos 'causos' e piadas que o governador conta:


PREFEITO ANESTESISTA

Quando era prefeito [de Pindamonhangaba], eu fazia anestesia [acumulava o cargo e o trabalho de médico]. Estava de plantão, duas da madrugada, toca o telefone, uma cesariana. Fui à Santa Casa e fiz uma raquianestesia, é do umbigo para baixo, então a pessoa fica acordada, tá certo?

Fiz e fiquei lá quietinho, prefeito, né?, de máscara, gorro, acompanhando pulso, perfusão, pressão, a criança já tinha sido nascido. Aí a moça operada virou para mim: "Doutor, e no bairro do Jardim Resende, quando é que o senhor vai pôr rede de esgoto, hein?"

Alckmin se prepara para aplicar vacina em idoso em foto de 2004
Folhapress 

*

POLÍTICA VIBRANTE

Para fundar o PSDB, a primeira cidade [que visitou com o ex-governador André Franco Montoro e outros] foi São José dos Campos, a segunda foi Taubaté. Pularam Pindamonhangaba, uma coisa imperdoável. Depois Guaratinguetá e a quarta, Cruzeiro.

Chegamos com duas horas de atraso. E tinha na Câmara Municipal à noite três pessoas. Nós éramos seis para fazer discurso. Aí resolvemos que só o Montoro falaria. O Montoro olhou para os três, um dormia, ele não teve dúvida: "E é o entusiasmo de vocês que nos motiva!"

*

ESCOLA DA VIDA
Quando eu era estudante, fui a Goiás fazer o Projeto Rondon e fui visitar a Cora Coralina, poetisa, em Goiás Velho. Na hora de ir embora, nós éramos estudantes, ela falou: "Olha, guardem o seguinte, todos nós estamos matriculados na escola da vida, onde o professor é o tempo".

*

ÁGUA ESTRAGADA

Setenta por cento do corpo humano é...? Água. Um bebezinho é...? Oitenta por cento. Nós vamos ficando mais velhos, vamos ficando mais enxutos, né? Mas 70% é...? Água. Água é...? Vida. Por isso que tem que fazer ginástica. Porque água parada...? Estraga. Então, precisa mexer o corpo.

O governador Geraldo Alckmin em partida de futebol em 2004
Samir Baptista - Folhapress 

*

O MÉDICO E O ALFAIATE

Contam lá em Pinda que tinha um médico, já antigo, que tinha a fama de muito econômico. Então, um alfaiate, o Pascoal, foi lá no doutor. Na hora de ir embora, falou: "Ah, doutor, eu não tenho como pagá-lo, mas eu sou alfaiate, se o senhor precisar que um eu pregue um botão, eu estou ao seu dispor".

Aí, no outro dia, o doutor mandou um envelope com um botão dentro, dizendo assim: "Pascoal, pregue um paletó nesse botão".

*

TEMPO PERDIDO

Fui candidato a prefeito em Pindamonhangaba, no século passado. Tinha uma fábrica, a 15 km de Pinda, um colégio eleitoral fortíssimo. Como todo candidato, fui ao bairro, casa por casa, com programa de governo, panfletinho, creche, ponto de ônibus, posto médico.

Cheguei em uma casa, uma senhora abriu. Criança chorava, cachorro latia, comida no forno, aquela confusão. Depois de 40 minutos, ela falou: "Olha, me convenceu. Vamos votar no senhor". Fiquei todo alegre e, já saindo, ela falou: "Falta o dinheiro do ônibus". Eu falei: "A escola é aqui perto, dá para ir a pé". "Não, doutor. Nós todos aqui votamos em Itajubá, Minas Gerais."

*

A PONTE QUE CAI

Em Guaratinguetá, chega a eleição municipal, e aí o secretário de obras do município era engenheiro. Então, lançou lá um manifesto: "Guaratinguetá precisa de um engenheiro". E a coisa foi pegando. A cidade tem várias pontes sobre o rio Paraíba do Sul, e uma delas era metálica, muito antiga, tal. A ponte deu um estalo. O camarada do carrinho de hot dog que ficava na cabeceira da ponte, muito expedido, correu lá e fechou a ponte por conta dele e avisou a prefeitura.

As rádios correram lá: "A ponte pode cair!". Aquela agitação toda! O engenheiro viu a oportunidade, toda a pré-campanha dele era "Guaratinguetá precisa de um engenheiro", correu lá e, quando chegou, as rádios, ao vivo: "Olha, o doutor chegou".

Passou meia hora, o doutor voltou, deu uma aula de dilatação de materiais. Falou: "Ponte liberada. Mais 40 anos". Foguete, comemora todo mundo. Isso foi 11 horas da manhã. Três horas da tarde, a ponte ruiu. A ponte veio abaixo e a candidatura dele junto, né?

Fonte: Folha.com

Comentários