'Pergunta de uma Tucana no ninho - “QUE PARTIDO É ESTE?”', artigo de Gleuda Simone Apolinário


Olá amigos Tucanos!!!


A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo, óculosNa última convenção municipal do PSDB na cidade de São Paulo, dei-me conta do quanto estamos distantes das bandeiras empunhadas e bravamente defendidas pelos tucanos fundadores, e as suas “causas” que deveriam nortear o debate desta nova geração de “jovens tucanos”. 

Não falo por conta da votação da atual chapa da Juventude Municipal, o processo legítimo e salutar da democracia tucana.

Entretanto, o que me trouxe a esta reflexão e me causa estranheza, foi a falta, ou quase nenhuma intimidade desta "nova geração de tucanos” com o estatuto do partido e, mais, a origem de uma “militância” sem histórico ou base da doutrina partidária da Social Democracia. 

O que presenciei foi uma frenética busca de um “novo”. Esta questão do " novo" parece ter tomado conta dos "novos tucanos", como se a solução não estivesse mais na égide da Social Democracia, na história e experiência de nossas bases ideológicas e partidárias.

Agora, vale ressaltar o risco que corremos, quando não se prevalece as diretrizes e práticas partidária orientadas por seu estatuto e fundadores, de termos que conviver ou acatar uma nova diretriz, lardeada pela corrente que visa descaracterizar o partido, o colocando num lugar que nunca lhe pertenceu, isto é, “conservador e liberal” e seguindo a linha dos movimentos de direita nacionalistas e fundamentalistas. A pergunta que fica: mudaremos a cara da essência real tucana!?

Será que estes que bravejam conhecem a origem de nosso partido? Onde tudo começou? Por quais princípios éticos e morais construímos a na nossa formação política partidária? Como foi o "clima e sentimento" na formação deste partido? Quem foram as pessoas e quais suas ideias que mudaram o jeito de fazer política no Brasil?

Entendo que o PSDB ainda dispõe de instrumentos e quadros capazes para sustentar suas bandeiras e talvez agora, fosse o momento adequado para propormos um "tocar nas feridas” que tanto nos incomodam; refletirmos o PSDB que queremos hoje e o PSDB que estamos construindo para um futuro bem próximo. 

Que tal, apresentarmos um ciclo de debates, o tão desejado congresso da Social Democracia, os seminários e os relevantes cursos de Formação Política, enfim..., como existiu num passado recente, de forma que consigamos resgatar os ideais que são parte integrante no processo de transformação que queremos para o PSDB e para o Brasil.

Essa "nova geração de tucanos", formada ideologicamente nos últimos 10 anos, 20 anos que viram a deturpação da vida pública nos Governos Lula e Dilma, mas que nada impede que busquem na história referências como Mario Covas, Franco Montoro, o governo do Fernando Henrique Cardoso..., e na atualidade a gestão e governança de Geraldo Alckmin, os pilares de sustentação da gestão pública e vida partidária. 

Por fim, fica a reflexão, qual Partido queremos continuar construindo para as próximas gerações?

Queremos um PSDB revigorado com esta "nova geração de tucanos", porém, com práticas e atitudes que não condizem com a nossa história, contrária as raízes da verdadeira Social Democracia? Ou uma "nova forma" de fazer política com a sabedoria do homem público, experiente na arte de servir a política como um bem de interesse público, "do povo para o povo"? Queremos um PSDB por fidelidade partidária nas posturas, discursos, prática da função pública e governança, nas teses e gestos, fundamentados nos ideais da Social Democracia? Nossa tarefa é construir o “novo”, nos pensamentos, nas atitudes e práticas partidárias. 

Levantaremos a bandeira da esperança, do resgate moral, da ética e princípios ideológicos, com o espírito revolucionário de Mario Covas e Franco Montoro. 

Olhando para frente, contudo, respeitando a história e o passado de nosso partido!


*Gleuda Simone Apolinário - Socióloga
Membro zonal da Freguesia do Ó no Diretório Municipal do PSDB da cidade de São Paulo
Integrante do Movimento PSDB Esquerda Pra Valer - EPV

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