Disputa por candidatura pelo PSDB em SP se afunila


Fernando Taquari - Valor

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Floriano Pesaro e Geraldo Alckmin

A menos de um ano da eleição, a disputa no PSDB para concorrer ao governo de São Paulo se afunila em torno de quatro nomes. O secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, e o cientista político Luiz Felipe d ´Avila são, oficialmente, os únicos pré-candidatos tucanos à sucessão de Geraldo Alckmin. O senador José Serra articula nos bastidores, enquanto o prefeito paulistano, João Doria, cogita a ideia depois de ver a vaga de presidenciável ameaçada com sua queda de popularidade. 

De olho em 2018, Serra começou a se movimentar nas últimas semanas. Reconheceu aos líderes do partido a possibilidade de concorrer a algum cargo majoritário, a despeito de ter mais cinco anos de mandato no Senado. Na segunda-feira, foi o convidado de honra de um jantar oferecido por deputados estaduais de diferentes siglas. Aos 31 parlamentares que participaram do encontro, teria garantido que será candidato no ano que vem. Em troca, ouviu apelos para disputar o governo estadual. 

"Serra disse que será candidato, mas não falou para qual cargo. Só há duas possibilidades: presidente ou governador. Particularmente, defendo que ele concorra ao governo paulista. Se assumir essa condição, imagino que ninguém vai se atrever a disputar uma prévia com ele", diz o deputado estadual Ramalho da Construção (PSDB), que foi um dos organizadores do jantar com o senador.

Alguns tucanos, no entanto, resistem ao nome do senador. Alegam que sua candidatura pode prejudicar a imagem do partido e reduzir as chances de vitória, uma vez que Serra responde a dois inquéritos no âmbito da Operação Lava-Jato e teria que se defender de eventuais ataques na imprensa. 

Além disso, se depender dos adversários tucanos, o senador não terá vida fácil. Ao Valor, d´Avila reiterou sua disposição em concorrer ao governo paulista e descartou a possibilidade de desistir em favor de Serra ou Doria. 

"Acho o Serra um excelente nome. Foi um excelente governador. Tem todo o direito de pleitear a vaga. O Doria também. Agora, como todos querem pleitear, terá prévia. Eu disse que vou disputar de qualquer jeito, não vou desistir. Não importa se for com Serra ou Doria. Acho que isso [a disputa interna] fortalece o partido", disse d'Avila após palestra a empresários da ADVB. 

Em contraponto a Serra e d'Avila, Floriano Pesaro aposta no discurso do "novo com a experiência" para conquistar o apoio dos correligionários. "Sou pré-candidato. Estou animado. Não vejo resistência interna. Ao contrário. Meu nome não tem rejeição no partido", diz. O secretário afirma que tem sido estimulado a disputar o governo estadual por Alckmin e prefeitos do interior. 

"Poucas pessoas conhecem o Estado como eu", diz Floriano, que contabiliza 115 viagens ao interior ao longo de três anos à frente da secretaria. O secretário apresenta como trunfo a experiência acumulada em administrações anteriores e o fato de ser um dos representantes da nova geração tucana. 

Floriano trabalhou no Ministério da Educação no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), foi secretário de Assistência e Desenvolvimento Social na gestão de José Serra na Prefeitura de São Paulo (2005-2006), além de acumular duas passagens em governos de Alckmin. Primeiro, em 2003 e 2004, quando foi secretário-adjunto da Casa Civil, e depois a partir de 2015, no Desenvolvimento Social. "Não ser político não é vantagem. O eleitor vai escolher alguém com o passado limpo, que seja novo e tenha experiência. E nisso que eu aposto", ressalta.

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