JOELMIR TAVARES -FOLHA.COM
Com "uma dor que nunca havia sentido antes", Lu Alckmin deixou Campos do Jordão (SP) rumo à capital no dia 2 de abril de 2015 com a certeza de que o filho caçula, Thomaz, não estava mais vivo.
A mulher de Geraldo Alckmin (PSDB) tinha recebido do governador de São Paulo uma mensagem cifrada pelo telefone. "Ele não me contou nada. Somente pediu: 'Lu, volte para São Paulo'", lembra a primeira-dama em "Amor Que Transforma" (ed. Academia), livro que ela está lançando.
Católica, Lu diz ter entendido naquela hora, enquanto esperava a família na cidade do interior, que a "coisa ruim" que vinha sentindo era a morte do filho —aos 31 anos, na queda de um helicóptero atribuída pelas investigações a problemas em componentes.
Alckmin, relata ela na obra de 176 páginas, perdeu as palavras ao avisá-la do acidente. "Ele não conseguia me dizer mais nada. Só pedia para eu voltar. Para eu ir direto para casa. Lá ele me falaria tudo."
As menções à reação do governador são econômicas. Mas Lu afirma que os dois se apoiaram muito no luto. O tucano disse à Folha em 2015 que passou a fazer mais orações depois da perda —rezava o pai-nosso até 20 vezes ao dia.
No capítulo "Geraldo, meu grande amor, e a família que construímos", a autora diz que o marido até hoje segue os conselhos do pai para a carreira política: ter "coragem" e "vida pessoal modesta".
O site recém-lançado pelo PSDB para promover a pré-candidatura do tucano a presidente da República combate a versão de que ele seria o "Santo" na lista da Odebrecht, apresentada por delatores.
Num trecho de bom humor do livro, o depoimento de Sophia Alckmin, a filha mais velha do casal, deixa transparecer o apego do pai a tradições. A blogueira recorda o empurrão de Thomaz para ela morar sob o mesmo teto do noivo antes de se casarem, em 2007.
Alckmin "não estava muito confortável" com a ideia, escreve Sophia. Um dia, Thomaz colocou as coisas dela em caixas e mandou a irmã para a casa do hoje marido. "Na verdade, ele [Thomaz] queria o meu quarto. Já tinha 20 anos e não aguentava mais dividir com o Geraldo [Neto], nosso irmão."
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