São Paulo enterrará 52 km de fios em 117 ruas; 2 mil postes desaparecerão


Acordo fechado pela Prefeitura com a Eletropaulo e empresas de telecomunicação beneficiará inicialmente vias em sete distritos: Consolação, Bela Vista, República, Santa Cecília, Jardim Paulista, Bom Retiro e Brás. Município não arcará com custos

Fabio Leite e Felipe Resk, Impresso - Estadão

Foto: Gabriela Bilo | ESTADAO CONTEUDO

Após anos de impasse entre a Prefeitura de São Paulo e a Eletropaulo, a gestão do prefeito João Doria (PSDB) fechou um acordo no qual a concessionária de energia elétrica e as empresas de telecomunicação ficarão encarregadas de enterrar 52 quilômetros de fios de transmissão que cruzam o céu da cidade e remover 2.019 postes das calçadas da capital paulista.

Em sua primeira fase, o novo plano de enterramento de fios de São Paulo, batizado por Doria de Cidade Linda Redes Aéreas, vai limpar 117 ruas de sete distritos paulistanos da região central: Consolação, Bela Vista, República, Santa Cecília, Jardim Paulista, Bom Retiro e Brás. Na maioria das vias, a Eletropaulo já enterrou sua fiação, mas restaram os cabos de telefonia, TV e internet e os postes. A previsão é concluir esse trecho até julho do ano que vem.

O cronograma de execução da rede subterrânea envolve 12 conjuntos de ruas, começando pela Rua José Paulino, no Bom Retiro, e terminando na Alameda Santos, no Jardim Paulista. Os dutos com os cabos de telecomunicações e de empresas municipais, como da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), ficarão na mesma galeria já usada pela rede elétrica.

As empresas de telefonia e internet, que hoje pagam aluguel para usar os postes da Eletropaulo, vão bancar as obras de enterramento. O custo total ainda está sendo calculado. Já a concessionária de energia deve gastar R$ 6 milhões para retirar os postes e reparar as calçadas. Segundo a gestão Doria, não haverá custos para a Prefeitura.

“Esse é o primeiro passo de uma maratona. Conseguimos superar os problemas que haviam e, por meio do diálogo, conseguimos encontrar viabilidade técnica e econômica para esse projeto, que vai mudar a cara da região e auxiliar na requalificação do centro”, disse Marcos Penido, secretário municipal de Serviços e Obras.

A meta estipulada pela gestão Doria é enterrar 100 km de fios por ano na cidade. A medida, uma das promessas de campanha do tucano, envolve uma longa batalha administrativa e jurídica entre a Prefeitura e a Eletropaulo. A concessionária de energia é responsável por 44 mil km de fios em sua área de concessão na Grande São Paulo, dos quais só 3 mil km são subterrâneos, e 1,2 milhão de postes.

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