Sindicalistas protestam contra mudanças em benefícios trabalhistas


Centrais organizam atos pelo País e pedem revogação de medidas provisórias que alteram acesso a seguro-desemprego e pensão

JOSÉ ROBERTO CASTRO E ANGELA LACERDA - O ESTADO DE S. PAULO

Centrais sindicais fazem protesto em São Paulo - Felipe Rau/Estadão

Manifestantes ligados a centrais sindicais organizam atos na manhã desta segunda-feira, 2, contra as medidas provisórias 664 e 665, editadas pelo governo federal no final do ano passado para alterar regras de acesso a benefícios trabalhistas. Há protestos em São Paulo, Recife e outras capitais. As mudanças, que fazem parte do ajuste fiscal promovido pela nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, entram em vigor nesta segunda.

Em São Paulo, centenas ficaram por mais de duas horas em frente ao Ministério e foram recebidos pelo superintendente regional da pasta em São Paulo, Luiz Antônio Medeiros, que prometeu encaminhar suas propostas para Brasília, depois de analisá-las. Medeiros recebeu dos manifestantes dois documentos com propostas de alterações mais leves nas regras de seguro-desemprego e na pensão por morte, os pontos mais afetados pelas medidas."Se não estivesse nesta cadeira, estaria nas ruas com vocês", afirmou. "Há espaço para negociação, mas há fraudes, não há como negar", disse o superintendente, que fez questão de repetir que não estava ali representando o governo na negociação.

O superintendente admitiu que há "direitos feridos", mas ponderou com os manifestantes que "privilégios precisam acabar". "Muitos recebem salário e seguro-desemprego, com a conivência do empresário. Pedem para não serem registrados. Isso é fraude", disse Medeiros. Segundo os organizadores, 600 pessoas participaram do ato em São Paulo, a polícia militar estimou 300 pessoas.

O termo mais utilizado pelos líderes durante a manifestação no carro de som foi "retirada de direitos". Faixas citavam a presidente com dizeres como: "Dilma mentiu e a vaca tossiu", em referência a declarações da petista durante a campanha eleitoral no ano passado, quando afirmou que não mexeria em férias, 13º salário, fundo de garantia e hora-extra "nem que a vaca tussa". O discurso do governo federal sobre as medidas é que ela não retira direitos, mas corrige distorções.

Comentários