Ministro de Dilma é vaiado e chamado de mentiroso em ato da UNE


'O povo não é bobo, o ministro é mentiroso', gritavam ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência 

FELIPE WERNECK - O ESTADO DE S. PAULO 


O Secretário Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, é vaiado em protesto durante seu discurso na 9ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE) 

O ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, foi vaiado e chamado de mentiroso por militantes do PSOL nesta segunda-feira, 2, ao afirmar, em discurso na 9.ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio, que “não há reforma neoliberal e não há corte em nenhum programa social do povo brasileiro” no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT). 

“Esse é o discurso da direita”, declarou o ministro, enquanto parte da plateia presente gritava: “O povo não é bobo, o ministro é mentiroso”. 

Cerca de 600 pessoas lotaram o térreo da Fundição Progresso, na Lapa, centro do Rio, para acompanhar a fala de Rossetto sobre reforma política. O grupo estava dividido desde o início do debate. De acordo com a UNE, foi a “primeira grande reunião do novo ministro com movimentos sociais”.

À esquerda do palco, militantes de correntes ligadas ao PSOL criticavam o ajuste fiscal e o corte de direitos trabalhistas anunciados pelo governo Dilma, reeleita com o apoio de integrantes do PSOL. Em coro e usando instrumentos de percussão, eles já haviam interrompido algumas vezes o discurso de Rossetto com gritos como: “É o maior tarifaço que eu já vi; contra o ajuste da Dilma e do (Joaquim) Levy!” ; “Ô Rossetto, que palhaçada, cadê a reforma agrária!” e “O que que aconteceu? O governo Dilma abraçou a Kátia Abreu!”. 

O ministro reagiu pelo menos três vezes, afirmando que considerava “uma piração, uma maluquice total” a atitude dos críticos, mas acabou conseguindo terminar seu discurso. As vaias só vieram quando ele, já nas considerações finais, defendeu as medidas anunciadas pelo governo. Após o debate, Rossetto, molhado de suor, minimizou o embate. “Tão importante quanto as manifestações foram os aplausos”, concluiu.

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