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Bruno Poletti/Folhapress
O movimento Vem pra Rua organiza protesto em frente à casa do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em São Paulo
Um grupo que somava pouco mais de 60 pessoas realizou na noite desta quarta-feira (18), em São Paulo, um panelaço em frente ao prédio onde vive o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), no bairro da Bela Vista, zona central da cidade.
Integrantes do movimento "Vem pra Rua", criado nas eleições passadas para protestar contra a corrupção, levaram panelas, faixas e velas à rua para pedir à presidente Dilma a imediata demissão de Cardozo.
Pressionado desde a semana passada, ele admitiu ter se encontrado com advogados que defendem empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato. A Polícia Federal, que investiga o caso ao lado do Ministério Público Federal, está subordinada ao ministro da Justiça.
A atitude de José Eduardo Cardozo ouriçou a oposição e levou o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, a pedir no Twitter a sua demissão. O juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, endossou as críticas e classificou o episódio de "intolerável", conforme decisão divulgada nesta quarta.
Cardozo não estava em São Paulo. Seus pais e uma tia, que costumam ficar no apartamento, foram retirados do local por determinação da Polícia Federal, segundo informações do prédio.
Entre um panelaço e outro, os manifestantes gritavam contra a interferência política e pediam o aprofundamento da investigação dos desvios na Petrobras. Houve quem pedisse também o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"Devemos continuar a fazer pressão até todos caírem e serem presos, inclusive o chefe", disse o advogado Mauro Scheer, 34, referindo-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Mas esse eu espero que Deus leve antes", completou Scheer, que discursou a maior parte do tempo empunhando um megafone.
Após quase uma hora de protesto, os manifestantes deixaram a entrada do prédio queimando cartazes com o rosto do ministro Cardozo.
Na próxima terça (24), em Brasília, um novo ato pela sua saída deve ocorrer em frente ao Ministério da Justiça, na Esplanada dos Ministérios.
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