Alckmin vai reduzir pastas e tentará criar marca social na gestão


Gustavo Uribe e Daniela Lima - Folha.com


Para seu novo mandato, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sinalizou que vai priorizar a redução do número atual de secretarias e a criação de uma marca social forte à sua gestão.

Na semana passada, o tucano reuniu-se com auxiliares e aliados e indicou que deve fundir pastas e ampliar o número de programas sociais.

Ele pediu também a cada secretário um relatório com indicações de gastos e estruturas que possam ser cortados a partir do próximo ano.

As mudanças são avaliadas por lideranças tucanas em São Paulo como importantes para viabilizar uma pretensão do governador a concorrer à Presidência da República em 2018.

Na avaliação desses aliados, a criação de uma vitrine social em São Paulo será imprescindível para desmontar o discurso de que o PSDB é um partido que governa para os ricos, mote explorado há 12 anos pelo PT contra os candidatos ao Palácio do Planalto lançados pela oposição.

Já a redução de pastas serviria para "dar o exemplo" do modelo de "gestão eficiente" que o PSDB defendeu nesta última eleição para pressionar o governo federal. Em diversas ocasiões, o candidato tucano, Aécio Neves (MG), disse que, se eleito, cortaria à metade o número de ministérios da presidente Dilma Rousseff (PT), hoje em 39.

Em conversas reservadas, Alckmin indicou que pretende fundir as pastas de Planejamento e Gestão, e de Recursos Hídricos e Energia.

Ele, no entanto, deve recriar a extinta Secretaria de Governo. A principal atribuição do novo órgão seria acompanhar a execução de obras, na tentativa de evitar atrasos na entrega de iniciativas.

Isso porque o governador espera imprimir à nova gestão a marca de "realizadora", compensando atrasos na entrega de obras deste mandato, sobretudo na área de Transportes Metropolitanos.

O nome mais cotado para assumir o posto é o atual secretário da Casa Civil, Saulo de Castro, que seria substituído no atual cargo pelo coordenador-geral da campanha à reeleição, Edson Aparecido.

O governador sinalizou também que investirá em um governo mais técnico, com menos deputados estaduais e federais. O objetivo, além de enxugar a máquina pública, é evitar a descontinuidade em projetos e obras com a saída dos secretários para disputas eleitorais.

Ele promoverá mudanças ainda nos comandos de Transportes Metropolitanos, Fazenda e Agricultura.

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