Patrícia Campos Mello e Gustavo Uribe - Folha.com
Em seu novo mandato, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pretende dar mais peso à área internacional e estuda criar uma nova estrutura que promova a imagem da administração estadual no exterior.
A proposta, discutida nesta semana em reunião com secretários e assessores no Palácio dos Bandeirantes, é fundar uma agência que substitua a Secretaria de Turismo, criada em 2010 pelo tucano e que deve ser extinta no novo mandato.
A ideia é que ela englobe entidades já existentes de fomento ao desenvolvimento, como a Investe São Paulo e a Desenvolve São Paulo, e incorpore a assessoria de relações internacionais do governo, chefiada hoje pelo assessor especial Rodrigo Tavares.
A nova estrutura aumentaria a interlocução do tucano com o mercado exterior e com autoridades estrangeiras, o que é considerado essencial por aliados e auxiliares caso ele queira se viabilizar como candidato à sucessão presidencial em 2018.
"Seria uma maneira de dar a São Paulo ação mais independente em comércio exterior e relações internacionais, o que seria condizente com a importância do Estado e o tornaria menos dependente do Itamaraty", disse Roberto Giannetti, ex-secretário-executivo da Camex (Câmara de Comércio Exterior) no governo FHC e principal cotado para assumir a nova agência.
Além dele, que tem discutido sobre a nova estrutura com o governador nas últimas semanas, é aventado o nome de Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington e responsável pela área de relações exteriores do programa de governo da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG), segundo colocado na eleição presidencial.
Atualmente, a principal reclamação é de que as atuais estruturas internacionais do governo estadual têm atuação descentralizada e não possuem um plano de atuação em conjunto, o que atrapalha a relação com investidores estrangeiros.
O objetivo da nova agência, cujo nome provisório é SP Global, seria angariar mais recursos internacionais para projetos em áreas como transporte e meio ambiente e oferecer assistências jurídica e financeira para empresários estrangeiros em São Paulo.
SOCIAL
Além de reforçar a área internacional, o governador pretende criar uma marca social forte em seu novo mandato por meio da ampliação do número de programas voltados para a população mais pobre.
A avaliação de aliados e de auxiliares é de que a iniciativa é imprescindível para desmontar o discurso de que o PSDB é um partido que governa para os ricos, mote explorado há 12 anos pelo PT contra os candidatos tucanos ao Palácio do Planalto.
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