Aécio volta ao Senado para liderar a oposição


Sérgio Lima/Folhapress

Cercado por militantes e aliados políticos, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) retornou nesta terça-feira (4) à cena política depois da derrota nas eleições para a Presidência da República.

Com a promessa de ser o principal líder da oposição no Congresso, o tucano disse que não pretende dialogar com o governo federal se não houver mudanças na postura da presidente Dilma Rousseff e do PT.

"Eu chego hoje ao Congresso Nacional para exercer o papel que me foi delegado pela grande maioria da população brasileira, por 51 milhões de brasileiros. Vou ser oposição sem adjetivos. Se quiserem dialogar, apresentem propostas que interessem aos brasileiros", disse.

"Somos hoje um grande exército a favor do Brasil e prontos para fazer a oposição que a opinião pública determinou que fizéssemos", completou.

Ao chegar à entrada principal do Congresso, onde vai retomar nesta terça suas atividades como senador, Aécio foi saudado por cerca de 200 pessoas que aguardavam sua chegada –a maioria delas, militantes e servidores do Legislativo que apoiaram a candidatura do tucano. Depois das eleições, Aécio descansou por uma semana ao lado da família no interior de Minas.

Com gritos de "Aécio presidente" e "Fora PT", o tucano arrastou os simpatizantes até a entrada do plenário, sempre cercado por deputados e senadores do PSDB e partidos de oposição. No seu desembarque no aeroporto de Brasília, o senador também foi cercado por militantes e aliados políticos que criticaram o governo federal e o PT.

Na rampa que dá acesso ao Congresso, Aécio desceu do carro e foi cercado pelos militantes –que soltaram fogos de artifício no gramado em frente à sede do Legislativo no momento da chegada do tucano.

Ao ironizar a presidente Dilma, o senador disse que o governo tem que "tomar cuidado para não chegar em janeiro com certo cheiro de fim de festa", quando Dilma será empossada para mais um mandato na Presidência.

Aécio disse que cabe ao governo federal dar "gestos objetivos e claros" sobre as suas futuras direções para dialogar com a oposição. "Se for na direção que caminhou nos últimos quatro anos, essa oposição que já é de 51 milhões de brasileiros que foram às urnas tende a crescer nos últimos anos", afirmou.

Emocionado, o tucano disse que não esperava uma recepção "tão forte", o que comprova que o Brasil "despertou" e não deseja mais acompanhar à distância os atos do governo federal.

"É uma mobilização inédita na nossa história contemporânea. É o sentimento de que quando o governo olhar para a oposição, eu sugiro que não contabilize mais o número de assentos no senado ou na Câmara, olhe bem que vai encontrar mais de 50 milhões de brasileiros que vão estar vigilantes, cobrando atitudes desse governo, cobrando investigação em relação às denúncias de corrupção."

Aécio disse que está "revigorado" após conquistar o apoio de 48% dos brasileiros nas urnas e pronto para fazer oposição "com a mesma coragem e com a mesma honradez que me preparei para governar o Brasil".

Fonte: Gabriela Guerreiro - Folha.com

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