PSDB dá como certa ida ao 2º turno


Leonardo Souza - Folha.com


A cúpula do PSDB dá como certa a ida de Aécio Neves para o segundo turno. A convicção se baseia na chamada estrutura partidária. Os tucanos citam alguns números de sua força nos Estados versus o que julgam como tibieza de sua rival direta, Marina.

Hoje o PSDB tem cinco governadores, com 51,38 milhões de eleitores. No melhor cenário, farão seis governadores, com 53,34 milhões de eleitores. O PSDB espera fazer 11 senadores. O PSB de Marina também governa cinco Estados, mas unidades menores da federação, com 12,6 milhões de eleitores. Os pessebistas têm chances reais hoje de eleger três governadores, com 11,089 milhões de eleitores. Ou seja, provavelmente vão encolher. Num quadro otimista, farão sete senadores. Esses dados foram compilados pelo jornalista Fernando Rodrigues, em seu blog no UOL.

Segundo a matemática tucana, sua forte presença nos Estados garantirá de dois a três pontos percentuais de vantagem sobre Marina nesta reta final do primeiro turno. São deputados estaduais e federais e demais políticos que levarão às ruas seus cabos eleitorais (pagos ou não) para arrancar votos de indecisos.

Segundo pesquisa do Datafolha divulgada nesta terça-feira (30), Marina caiu de 27% das intenções de voto para 25%. Aécio subiu de 18% para 20%. Em um mês, a vantagem da ex-senadora sobre o tucano diminuiu 20 pontos. Pelos cálculos de variabilidade do Datafolha, Marina chega no domingo com 22% a 28% das intenções de voto. Aécio, entre 18% e 23%. Isto é, para concretizar a profecia tucana, há de se confirmar o melhor cenário possível para Aécio e o ponto mais baixo da curva para Marina. Os tucanos apostam na capilaridade partidária para garantir os pontos adicionais de que Aécio precisa.

Sendo Marina ou sendo Aécio, um especialista em estatística ouvido pela coluna tem certeza de que haverá segundo turno. Usando números da Datafolha, ele traçou a seguinte curva para Dilma: 41% (Nov/13), 38% (abr), 41% (mai), 34% (jun), 38% (jul), 41% (ago), 35% (1º/set), 37% (17º/set), 40% (25º/set) e 40% (30/set). Mesmo com os ataques pesados a Marina, Dilma se manteve no mesmo patamar de um ano atrás, em torno de 40%. Na avaliação do especialista, a petista bateu no teto.

Faltando o mesmo número de dias para o 1º turno, Lula tinha 45% em 2002 e 49% em 2006. Dilma, em 2010, tinha 47%. Nesses três pleitos, houve segundo turno.

Por essa lógica, Dilma reeleita, não fossem duas ressalvas importantes: 1) a distância até aqui do primeiro para o segundo colocado (Marina ou Aécio) é significativamente menor do que nas disputas anteriores; 2) números pretéritos não garantem resultados futuros. 


*Leonardo Souza é repórter especial no Rio. Vencedor de dois prêmios Esso na Folha, atuou na cobertura de política e economia em São Paulo e Brasília. Foi diretor da sucursal da revista Época no Rio.

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