Entrevista de José Serra ao jornal Diário SP


Candidato diz que atual bancada paulista é despreparada para questões do interesse do estado

Fernando Zanelato - Diário SP

Foto: Dei entrevista ao Diário de S. Paulo, onde conversei com Roberto Muylaert e os repórteres Fernando Gran e Fernando Zanelato. Expliquei as propostas que levarei para o Senado, como a Nota Fiscal Brasileira e o Voto Distrital. Lembrei também que, na vida pública, sempre busquei medidas inovadoras. O eleitor não vota em alguém somente pelo o que ele fez. O passado é importante para mostrar que o candidato possui um atestado de qualidade para suas propostas sobre o futuro. Saiba mais no meu site: http://migre.me/m4Jjz #Serra456 #SerraSenador

O candidato do PSDB ao Senado, José Serra, afirmou nessa quarta (01), em entrevista ao DIÁRIO, que a atual bancada paulista de senadores é despreparada para as questões do interesse do estado.

Serra fez uma ressalva a Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), que foi seu secretário da Casa Civil e, segundo ele, “é muito preparado nas questões jurídicas e recebe assistência do partido nas questões econômicas”. “Eu acho que a bancada de São Paulo hoje no Senado é completamente despreparada”, afirmou, referindo-se a Eduardo Suplicy (PT) e Antônio Carlos Rodrigues (PR), este último, suplente de Marta Suplicy (PT), que se licenciou do mandato para assumir o Ministério da Cultura do governo Dima. 

Serra não admite ter faltado investimentos estaduais para evitar a crise hídrica e citou alguns projetos que pretende apresentar, se eleito, como o aumento da internação para menores que cometem crimes hediondos. Disse ainda que vai propor a implementação do voto distrital e a criação da Nota Fiscal Brasileira, nos mesmo moldes da nota paulista que fez em São Paulo, mas com impostos federais.

ENTREVISTA:

DIÁRIO_ Como o senhor analisa as propostas de o horário eleitoral ser baseado em debates e com menos dias de exibição, colocando ideias no lugar do marketing?

JOSÉ SERRA_ Para mim, horário eleitoral deveria ser o candidato e a câmera. Eu já propus isso quando era líder do PSDB na Câmara, mas fui bombardeado. Essa é uma das coisas que vou fazer no Senado. É uma das peças da reforma política no Brasil. Não precisa ter deputado porque ninguém vê. Se presta a deformações. Você põe uma celebridade em partidos sem grande peso e elege uma bancada. O importante é reduzir o custo da campanha. Dois terços do custo de campanha são de televisão.

DIÁRIO_ É possível, no Senado, fazer sair do papel projetos importantes como fez quando estava no Executivo, como, por exemplo, os genéricos?

JOSÉ SERRA_Menos. Mas eu tive uma vida parlamentar no Congresso muito ativa. Consegui tirar algumas coisas do papel sem estar no governo. Como, por exemplo, a criação do Fundo de Amparo do Trabalhador financiando o seguro-desemprego. Na Constituinte, estive entre os parlamentares que apresentaram maior número de emendas com maior índice de aprovação. Ali se está muito mais livre para apresentar ideias e com certeza vou fazer isso.

DIÁRIO_ Cite algumas dessa ideias.

JOSÉ SERRA_O voto distrital, que torna mais barata a campanha e aumenta a representatividade. É difícil aprovar porque mexe com interesses dos deputados, mas minha ideia é começar com vereadores em municípios com mais de 200 mil eleitores. A resistência é menor. Outro projeto é o da saúde, que vai recompor a participação federal na saúde em cinco anos. A contrapartida federal diminuiu muito em programas como saúde da família, entre outros.

DIÁRIO_ Como o senhor vê a atuação dos atuais senadores paulistas?

JOSÉ SERRA_É difícil analisar porque tem um deles concorrendo comigo, mas o que eu acho é que existe um despreparo em relação às questões que envolvem São Paulo. A União arrecada aqui 42% de tudo, e somos 22% da população brasileira. Logo, cada paulista paga em média três vezes mais impostos na comparação com quem não mora aqui. Por outro lado, das despesas federais, só 10% vem para São Paulo. É uma injustiça. E eu acho que a bancada de São Paulo no Senado é completamente despreparada. O único (que é preparado) é o Aloysio (Nunes), até porque tem boa formação jurídica e a gente presta assistência no que se refere a questões econômicas.

DIÁRIO_ Os últimos governadores de São Paulo erraram em não prever uma possível futura crise no abastecimento de água? Faltaram investimentos?

JOSÉ SERRA_Foram feitos investimentos. Quando eu deixei o governo, o grande problema era enchente. Mesmo assim deixei uma oferta de água maior. Aumentamos a capacidade de abastecimento em dez metros cúbicos por segundo. Isso cobre três milhões de pessoas. Agora, deu uma seca que nunca aconteceu antes. A ênfase maior da Sabesp antes da seca era saneamento, por questão de saúde. Não houve descuido nessa área. 

DIÁRIO_ O PSDB sairá menor ou maior dessa eleição?

JOSÉ SERRA_É difícil responder, mas acredito que sairá igual ou maior. Mas isso só interessa aos jornalistas. Domingo nós vamos saber.


BATE-BOLA

Legalização do aborto
Não

Financiamento público de campanhas
Contra

É a favor da reeleição para cargos majoritários
Não

É a favor da independência do Banco Central
Não

Redução da maioridade penal para 16 anos
Não

É a favor do fator previdenciário
Disse ser preciso encontrar um novo modelo

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