Principal bandeira de Skaf, “revolução no Sesi” veio após cobrança de taxa dos alunos


Novas unidades e ensino em tempo integral foram facilitados com pagamento de anuidade

Fernando Mellis e Ana Ignacio - R7

Skaf durante visita a uma unidade do Sesi na capital paulistaMárcio Fernandes/Estadão Conteúdo – 11.8.2014

Em 2004, quando assumiu a presidência da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf se dizia honrado do Sesi-SP (Serviço Social da Indústria) oferecer ensino gratuito a 200 mil alunos. Porém, três anos depois, o discurso ficou de lado e ele instituiu a cobrança de uma taxa anual que hoje varia entre R$ 400 (Ensino Fundamental meio período) e R$ 4.600 (Educação Infantil em tempo integral).

Agora, como candidato ao governo de São Paulo, a bandeira da qualidade do Sesi é mais levantada por Skaf. O empresário se diz inspirado nesse modelo para, caso seja eleito, implantar Ensino Fundamental em tempo integral na rede pública estadual.

Durante entrevista à emissora EPTV, em Campinas, nesta terça-feira (2), ele disse que como presidente das entidades investiu R$ 1,5 bilhão na construção de novas escolas do Sesi. Porém, o candidato admitiu que foi com a taxa cobrada dos alunos que fez “uma grande revolução”.

— O que nós fizemos: quem não pode não paga nada, e quem pode, ou seja, pessoas que eram filhos de industriários, que cresceram, que muitas vezes vão com carro e motorista para a escola, pagam muito pouquinho, uma taxa. Com essa taxa nós investimos e fizemos uma grande revolução.

O candidato foi questionado se não estava sendo incoerente ao elogiar o ensino gratuito e de qualidade e algum tempo depois passar a cobrar por ele. Skaf negou e pontuou deficiências que havia no Sesi quando ele assumiu a presidência da entidade.

De acordo com a tabela de 2013 do Sesi, um aluno do Ensino Fundamental em tempo integral para anualmente R$ 1.424,20. O Ensino Médio custa R$ 2.330,80 por ano. Famílias de baixa renda podem pedir gratuidade.

No programa eleitoral, Skaf promete a mesma revolução que fez no Sesi. Segundo ele, em dez anos, todos os alunos do Ensino Fundamental terão aulas em tempo integral. As primeiras turmas começariam em 2016, segundo o candidato.

Após a entrevista, o candidato do PMDB cumpriu agenda de campanha no bairro Campo Limpo, em Campinas. Ele afirmou que “orçamento do Estado é 30 vezes maior que o do Sesi” e voltou a defender a cobrança de taxa.

— Mais de 50% não pagam nada. Agora quem pode, paga com carrão, graças a Deus, era um industriário que cresceu na vida e não é por isso que vai sair do Sesi, mas não custa ele dar uma taxazinha, que no total acaba ajudando esse grande programa educacional que nós fizemos em São Paulo, um exemplo para ser seguido por outro estados e outras partes do mundo.

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