Marina é 'metamorfose ambulante', afirma Aécio Neves


Tucano afirmou que programa de Marina copiou plano do governo FHC.
Candidato recebeu ex-presidente no comitê central da campanha em SP.

Roney Domingos - G1


O candidato Aécio Neves recebe o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no comitê de campanha
em São Paulo 

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, criticou nesta terça-feira (2), em São Paulo, o que classificou como improviso nas decisões do governo Dilma Rousseff e apontou mudanças de posicionamento da candidata do PSB, Marina Silva, a quem chamou de "metamorfose ambulante". 

Aécio deu entrevista no comitê central de campanha ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e se disse "convicto" de que chegará ao segundo turno da eleição.

"O improviso não é o melhor conselheiro. Estamos vendo, de um lado, um governo que reage aos índices das pesquisas alterando suas convicções, o que não é bom – age até com certo desespero – e que vai perder as eleições. E, do outro lado, o que eu vejo é uma candidatura que mais se assemelha a uma metamorfose ambulante, que altera suas convicções ao sabor das circuntâncias", declarou.

O candidato tucano lembrou que Marina ataca o PT, mas no segundo turno das eleições de 2010 não se posicionou para ajudar o PSDB a derrotá-lo.

"O Brasil tem que saber em qual Marina vai votar. Eu acompanhei com muita decepção no final da eleição de 2010 a omissão da candidata. Hoje ela condena violentamente o governo do PT. Poderia ter nos ajudado lá atrás a combater o governo do PT, se tivesse tomado uma posição no segundo turno. Para um lider político, a omissão é o pior caminho."

O candidato minimizou as declarações do coordenador da campanha, senador Agripino Maia (DEM-RN), interpretadas como sinal de apoio à candidata Marina Silva.

"Não tem qualquer sentido essa declaração com aquilo que pensam todos que estão envolvidos na minha campanha. Foi talvez uma forma equivocada de se expressar. [Ele] me ligou para dizer que não era nada daquilo", afirmou Aécio.

Indagado sobre a eventual possibilidade de renunciar à candidatura, ironizou: "Da presidente? Espero que a presidente não renuncie. Gostaria muito de enfrentá-la no segundo turno", afirmou.

O tucano afirmou que o capítulo de direitos humanos do programa de governo de sua adversária, Marina Silva (PSB), é uma cópia do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH) feito em 2002 durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

"Eu já vi incoerências muito grandes entre a prática da candidata e o seu discurso atualizado, mas me surpreendi hoje quando estava vindo para cá, ao perceber – talvez até muitos não saibam – que o capítulo dos direitos humanos da candidata Marina em seu programa de governo divulgado esta semana é uma cópia fiel. [...] Acho que a evolução – se convencer daquilo que não estava convencido lá atrás – é positivo. Agora, é importante que pelo menos se dê o crédito aos verdadeiros autores dessa proposta", declarou.

Aécio afirmou durante breve pronunciamento que agora inicia-se uma nova fase da campanha e convocou os militantes do PSDB. "Estamos prontos, neste momento em que se inicia uma nova campanha, porque nós tivemos uma campanha até o acidente que vitimou o meu amigo Eduardo Campos. Agora, é uma nova eleição. E nós partimos do patamar que estamos para crescermos, chegarmos ao segundo turno e vencer as eleições, pelo bem do país", disse.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que Aécio não é um candidato que se apresenta individualmente, mas é o representante de um conjunto de forças políticas.

"O Brasil está precisando de gente que tenha convicção, competência e experiência para governar. Tenho certeza de que o Aécio simboliza isso. Não é ele como pessoa, é o conjunto de pessoas e forças políticas e sociais que estão sustentando essa candidatura", declarou.

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