Aécio provoca Marina e diz que entregará programa 'feito a caneta'


José Marques - Folha.com


O candidato do PSDB a presidente da República, Aécio Neves, provocou a adversária Marina Silva (PSB) terça-feira (16) ao prometer entregar, até o fim do primeiro turno da eleição, um programa de governo "feito a caneta".

A afirmação do tucano faz referência ao recuo de Marina em tópicos apresentados no documento com as propostas para uma eventual gestão, como o casamento gay e a energia nuclear.

Questionado em coletiva de imprensa no bairro do Brooklin, zona sul de São Paulo, quando divulgaria o programa, Aécio disse que seu plano de governo "não será escrito a lápis". "Ele será feito a caneta e reproduz exatamente aquilo que nós pregamos e praticamos ao longo de nossa vida, mas são tantas sugestões que nós estamos compilando", acrescentou.

Acompanhado do vice Aloysio Nunes (PSDB), Aécio ainda alfinetou a pessebista quando disse que "não adianta querer criar um novo personagem às vésperas da eleição". "Quando nós assistimos, no caso da candidata Marina, uma mudança de posição em função de pressões de A ou de B, é uma mudança para se acomodar à realidade eleitoral", disse, completando que "não faz crítica pessoal" e acha "que o PT vem fazendo algo absolutamente inaceitável do ponto de vista dos ataques pessoais".

A presidente Dilma Rousseff (PT) subiu o tom das críticas nas últimas semanas, após Marina aparecer nas pesquisas de intenções de votos como principal adversária da candidata à reeleição.

Dos três principais presidenciáveis, Marina foi a única que apresentou programa de governo. Dilma divulgou apenas diretrizes de gestão.

Estancado em terceiro lugar, com 15%, Aécio também divulgou a jornalistas os preparativos para os últimos 20 dias de campanha, que chamou de "arrancada" das "últimas semanas".

Ele exibiu um vídeo de depoimentos de aliados nos Estados e celebridades que o apoiam –a maioria já veiculada na propaganda eleitoral das últimas semanas– e disse que aposta no programa de "voluntariado" para ajudar na campanha de rua.

'ESPECIALISTAS'

No evento, o tucano também propôs que o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) financie clínicas de especialidades para formandos em medicina nas regiões em que o Ministério da Saúde detectar que haja carência de profissionais da área.

"O pagamento que esses médicos farão ao BNDES será através do atendimento de parte dos seus clientes via SUS", disse Aécio.

A proposta segue o modelo de uma das principais bandeiras da campanha petista à reeleição, a inclusão de especialistas em uma segunda etapa do programa "Mais Médicos".

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