‘O povo de São Paulo não quer improvisação nem surpresa’, diz Alckmin


Candidato à reeleição, o governador Geraldo Alckmin garante que São Paulo vive seu melhor momento e considera que sua experiência pode ajudar a ampliar as conquistas

Cláudio César de Souza - O Vale

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes. Foto: Cláudio Vieira


Candidato à reeleição, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) considera que São Paulo vive seu melhor momento e que ele é o mais preparado para dar continuidade ao desenvolvimento do Estado. 
“A população não quer improvisação nem surpresa. Ela quer trabalho consistente e sério”, afirmou o tucano, em entrevista exclusiva ao O VALE, concedida na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes.
O governador prometeu, caso seja reeleito, criar uma nova estrutura de saúde no Vale Histórico, agilizar as obras de duplicação da Tamoios e de prolongamento da Carvalho Pinto e criar um centro de comando e controle para melhorar a segurança pública. 

Leia abaixo os principais trechos da entrevista. 

Por que o senhor decidiu disputar a reeleição?
Temos tido em São Paulo mudanças bastante consistentes e progressivas. São Paulo neste ano tem um investimento recorde de R$ 23 bilhões. Nosso estado, que há 25 anos tinha o PIB da Argentina. Hoje o PIB da Argentina é US$ 448 bilhões e o de São Paulo é de quase US$ 800 bilhões. Quase o dobro. Das grandes empresas do mundo, o número de investimento é recorde no Estado. A Chery e a Sany em Jacareí, a Comil em Lorena, a Metalcraft em São José, a AGC de vidros em Guaratinguetá. Você tem grandes empresas em São Paulo. Então, é um bom momento que o estado está vivendo.

Considera que é o mais preparado para dar continuidade a este bom momento?
Eu entendo que sim. A população não quer improvisação nem surpresa. Ela quer trabalho consistente e sério.

O senhor tem repetido que governar São Paulo não é para aventureiros. Teme que eventuais vitórias de Paulo Skaf e Alexandre Padilha, que possuem pouca experiência administrativa na esfera pública, gere retrocessos para o Estado?
Nós respeitamos todos os candidatos ao governo.

Quais foram as principais conquistas deste mandato?
A grande prioridade é a saúde. Temos novos hospitais no Vale do Paraíba e em todo o estado estamos ajudando os hospitais universitários e as Santas Casas. Cito ainda a educação, com a ampliação forte de Etecs e Fatecs e agora a Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), com polos em todo o estado, permitindo o ensino a distância.
Tirando o Rodoanel, acho que a grande obra foi a duplicação dos 49 quilômetros do planalto da Tamoios. O contorno de Caraguatatuba está num bom ritmo, com obras bastante adiantadas. Para a PPP quer permitirá a duplicação na serra, recebemos no dia 18 de julho as propostas, teremos o vencedor em setembro e assinatura do contrato em novembro, com a obra devendo começar já neste ano. É uma das grandes obras de engenharia porque será Nova Tamoios. 

Qual foi a marca do atual mandato?
Desenvolvimento, emprego e qualidade de vida para o povo.

E para o próximo mandato, quais são as prioridades?
Para a RMVale, terminar a Tamoios. Além disso, todas as SPs serão recuperadas e ampliadas para promover o turismo. Vamos também ampliar a Carvalho Pinto. Com os hospitais que estamos fazendo e iremos fazer, podemos transformar o Vale numa região onde podemos dizer que a Constituição aqui está valendo. A saúde é de graça e de qualidade.

Depois de participar por 20 anos consecutivos dos governos em São Paulo, como o senhor e o PSDB vão convencer o eleitorado de que merecem novo mandato?
O mandato é de quatro anos. Você sempre se submete ao julgamento popular. É o povo que julga e que diz se o governo deve continuar ou deve ser interrompido. Não é pesquisa e nem fuxico da polícia. Confio muito no julgamento popular.

Como o senhor vai rebater as acusações dos seus adversários de que depois de 20 anos há desgaste do PSDB?
São Paulo vive seu melhor momento, com capacidade de investimento recorde de R$ 23 bilhões e o menor endividamento nos estados. Uma revista coloca que São Paulo tem a melhor administração pública e é o estado mais competitivo. 

Como o senhor está conciliando as funções de governador e candidato?
Eu ainda não comecei a campanha, mas pretendo fazer como fiz nas outras vezes. Nos horários de almoço, à noite e nos finais de semana. É mais do que suficiente.

O senhor tem vistoriado obras praticando todo dia, em agendas que a oposição classifica como campanha dissimulada. O que o senhor diz destas acusações?
Ninguém é proibido de governar. A lei proíbe você fazer inaugurações. O que tenho feito é percorrer o estado na medida em que posso. Aliás, faço isto desde o primeiro dia em que fui prefeito de Pindamonhangaba. Gosto de ver as coisas e sentir. Governo moderno é governo que interage, que está perto das pessoas ouvindo e vendo. Quem ouve mais, erra menos e acerta mais.

Uma das principais reivindicações do Vale é a extensão da Carvalho Pinto até pelo menos Aparecida. Pretende atender esse pedido? 
A extensão até Taubaté está em obra e deve ficar pronta até o final do ano que vem. Pretendemos desenvolver o estudo para prolongar a Carvalho Pinto. A tendência é de ir até além de Aparecida. O ideal seria ir no mínimo até Cruzeiro para ter as várias ligações com o sul de Minas Gerais.

Governador diz que vai agilizar obras em hospitais
São José dos Campos

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu, caso seja reeleito em 5 de outubro, criar uma nova estrutura de saúde para atender as cidades do Vale Histórico.
“O Vale Histórico pode ter um hospital público novo ou podemos transformar um dos hospitais existentes em regional. É uma questão que terá que ser estudada”, disse o político tucano.
Segundo Geraldo Alckmin, ainda neste governo serão agilizadas as obras para a construção dos hospitais regionais de São José dos Campos e de Caraguatatuba. 
“As obras do Hospital Regional de São José, que serão feitas através de uma PPP, devem começar agora em setembro, com prazo de dois anos e meio para serem concluídas. Já o de Caraguá, o projeto executivo deve ficar pronto em outubro ou novembro e nosso objetivo é começar as oras ainda neste ano”, afirmou o governador.

Segurança. Alckmin também disse que adotará medidas para diminuir a criminalidade no Vale do Paraíba, que há pelo menos três anos é a região mais violenta do interior de São Paulo.
Além do Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia) que será criado na RMVale, conforme antecipado ontem pelo O VALE, ele disse que pretende criar um Centro Integrado de Comando e Controle, nos moldes do que funcionou na Copa do Mundo. 
“Estamos definindo com os municípios do Vale para podermos licitar os projetos de vídeomonitoramento para controlar as entradas e saídas da cidade e o Centro de Comando e Controle”, disse Alckmin.
“São medidas que vão ajudar a diminuir a criminalidade no Vale. Dos nove indicadores de crimes, seis já caíram neste ano e vamos perseverar para diminuir também os outros três”, completou o tucano.

Vale terá verbas no Orçamento de 2015
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) se comprometeu a agilizar a criação da Agência e do Fundo de Desenvolvimento da RMVale. “O projeto da Agência está na Assembleia e pedi aos deputados urgência para votação”, afirmou o governador. “Quanto ao Fundo de Desenvolvimento, no orçamento 2015 já terão recursos específicos para o Vale do Paraiba”, disse.

Série do ‘Vale’ revela prioridades
Com entrevista de hoje com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, O VALE encerra série com postulantes ao Palácio dos Bandeirantes, em que também foram entrevistados Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT). O projeto de cobertura eleitoral de O VALE também prevê entrevistas com os principais presidenciáveis.

Alckmin lidera a corrida eleitoral
Candidato à reeleição, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) venceria as eleições se o pleito fosse hoje, de acordo com as últimas pesquisas. No Datafolha do último dia 17, ele aparece com 54% das intenções de voto contra 16% de Paulo Skaf (PMDB) e 4% de Alexandre Padilha (PT). No último Ibope, o tucano tem 50% contra 11% de Skaf e 5% de Padilha.

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