Aécio diz que governo Dilma 'pune' governadores que o apoiam


Yala Sena e Patrícia Britto - Folha.com

Orlando Brito - 12.ago.2014/Coligação Muda Brasil
Aécio Neves, durante caminhada em Imperatriz (MA), nesta terça-feira (12/08)

O candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, acusou o governo federal de retaliar governadores que não apoiam a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) ao dificultar o repasse de recursos para esses Estados.
"É absolutamente inaceitável a retaliação que o governo do Piauí vem sofrendo hoje. Isso é indigno e não é republicano. O governo federal acha que é dono do dinheiro público", disse o tucano durante agenda de campanha em Teresina (PI).

Mais cedo, o tucano também fez campanha em Imperatriz, no Maranhão. Nos dois Estados, o PSDB se aliou a partidos que integram a base de Dilma, mas localmente apoiam adversários da petista na disputa ao Planalto.

Os tucanos apoiam Flávio Dino (PC do B), no Maranhão, e o governador do Piauí e candidato à reeleição, Zé Filho (PMDB). Ambos se aliaram tanto ao PSDB, de Aécio, como ao PSB, do também presidenciável Eduardo Campos.

Desde a semana passada, o governador do Piauí já vinha criticando publicamente o governo federal. Segundo ele, a gestão Dilma tem criado empecilhos para fazer os repasses de recursos federais desde que ele rompeu com a petista e anunciou apoio a Aécio e Campos.

"Eu quero lamentar, de público, e fazer a denúncia dessa ação mesquinha do governo federal, que vem punindo não só o governador Zé Filho (PMDB), mas também a população do Piauí e fazendo isso com outros Estados", disse Aécio.

O tucano também citou o uso de computadores do Palácio do Planalto para alterar o perfil de jornalistas no site Wikipedia. O governo ordenou que uma comissão de sindicância fosse criada para investigar as alterações.

"Se hoje, dentro do Palácio do Planalto, como foi investigado, se altera o perfil de jornalistas, imagine o que não faz com os adversários que estão no campo da oposição. Se fazem isso, é porque acham que haverá impunidade", disse o candidato.

Aécio voltou a afirmar que, se eleito, os reajustes de preços administrados pelo governo "vão acontecer com previsibilidade e na hora certa", mas não deu detalhes de como serão.

O tucano participou de carreata na capital piauiense ao lado do governador e do prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), em um jipe guiado pelo ex-prefeito da capital Silvio Mendes (PSDB), candidato a vice na chapa de Zé Filho.

Em Imperatriz (MA), Aécio criticou as políticas para a segurança pública do governo federal e disse que o país "assiste a um verdadeiro genocídio de jovens hoje em todas as nossas regiões".

Ele afirmou que, se eleito, não haverá contingenciamento nem represamento de recursos para a área de segurança. Disse ainda que é possível levar 10% dos trabalhadores do setor que atuam em serviços administrativos para trabalhar nas ruas.

"O governo federal tem como apoiar esses Estados, oferecendo financiamento para servidores administrativos que substituiriam os policiais", disse.

TURNÊ NORDESTINA

O candidato tucano começou nesta terça (12) uma ofensiva de campanha no Nordeste para tentar reduzir a vantagem da presidente Dilma Rousseff (PT) na região.

Segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 15 e 16 de julho, a petista tem 49% das intenções de voto na região e Aécio aparece em segundo lugar, com 10% –a margem de erro é de dois pontos percentuais.

As viagens deverão se estender por duas semanas, passando por ao menos 12 municípios, com foco em cidades médias como Itabuna (BA), Itabaiana (SE), Arapiraca (AL), Petrolina (PE), Patos (PB) e Maracanaú (CE).

No primeiro dia da turnê nordestina, Aécio anunciou o programa Nordeste Forte, que pretende lançar oficialmente em Salvador, no próximo dia 23, encerrando a maratona pela região.

Segundo o tucano, o programa inclui ações sociais e de infraestrutura com objetivo de acelerar o desenvolvimento nordestino. "Queremos em dez anos que o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Nordeste alcance a média do IDH do Brasil", disse.

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