Governador Alckmin defende auditoria na Santa Casa e culpa tabela do SUS pela crise das filantrópicas

Folha.com

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) rebateu neste sábado (26) acusação do provedor da Santa Casa de São Paulo, Kalil Rocha Abdalla, de que a administração paulista deixa de repassar verba federal para o hospital filantrópico.

De acordo com ele, os recursos que chegam do Ministério da Saúde são enviados integralmente para a entidade, que recebe também um aporte da gestão estadual.

Em entrevista à Folha, publicada neste sábado (25), o provedor cobrou do governador a verba federal que teria deixado de ser repassada e defendeu a realização de uma auditoria para comprovar sua acusação.

"Tudo que o governo federal envia nós repassamos para a Santa Casa. E, além disso, nós passamos mais R$ 170 milhões. Somos um dos poucos Estados brasileiros que cumpre uma obrigação que não é nossa, mas do governo federal, que é de complementar a tabela do Sistema Único de Saúde", disse.

Alckmin concordou com a realização de uma auditoria, mas ressaltou que o endividamento da Santa Casa de São Paulo, que suspendeu na semana passada os atendimentos de emergência, deve-se ao fato da tabela do SUS não ter sido reajustada nos últimos anos e à redução da participação do governo federal no financiamento da saúde.

"Eu acho ótimo (auditoria), é sempre positivo a transparência total, mas o problema não é só da Santa Casa de São Paulo. É de todos que atendem o SUS. É só verificar quando foi corrigida a tabela", afirmou.

O tucano criticou o ministro Arthur Chioro (Saúde), que afirmou também que há um problema no repasse de recursos do governo estadual para a Santa Casa de São Paulo. "O ministro da Saúde fez uma afirmação totalmente errada", disse.

"As dívidas dos hospitais filantrópicos está em R$ 16 bilhões. Uma dívida dessas se acumulou porque eles atenderam o SUS. O procedimento custa R$ 1.000 e eles recebem R$ 500. O procedimento custa R$ 500 e eles recebem R$ 250. Uma hora não tem mais crédito e isso é um problema nacional", disse o governador, que participou de caminhada de campanha na zona norte de São Paulo.