O ex-governador explica que aguarda definições de alianças e garante que até o fim de junho estará com tudo resolvido para as eleições.
Em entrevista no programa Diálogos com Mario Sergio Conti, nesta quinta (5), o político e economista José Serra garante que irá disputar um cargo nas eleições 2014. "Vou me candidatar, isso é seguro, a deputado ou a senador. Estou avaliando o quadro, esperando certas definições de alianças. Até o fim do mês (junho) estará tudo resolvido", afirma Serra.
Ao ser perguntado sobre carreira política e Presidência da República, Serra diz que não se sente frustrado. "Claro que gostaria de ter ganhado a eleição. Mas a questão é que depende de circunstâncias. Em 2002, quando fui candidato a primeira vez, eu representava uma continuidade e a população queria mudança. Em 2010, aconteceu o contrário: a população não queria mudar. Não vou dizer para você que ainda vou me candidatar de novo a presidente, mas ainda tenho muito jogo pela frente", explica ele.
Exilado político na época da ditadura militar, Serra reconhece a importância da Comissão da Verdade: "Acho que a Comissão da Verdade cumpre seu papel importante para a gente saber. Quero saber em geral e dos meus amigos. A questão de anistia ou não é mais complicada. Efetivamente, tem um respaldo legal para que você não reabra os processos. Não acho essencial. Essencial, para mim, é saber o que aconteceu". Ele deixa claro que não se trata de uma espécie de revanche e acredita que o Supremo não vá rever a Lei da Anistia. "Na Constituinte, fui o principal opositor da pena de morte. Meu argumento era que o Estado não pode praticar a vingança. A vingança é uma coisa de indivíduos, o Estado não é o instrumento para isso. Mas se você me pergunta se eu gostaria que esse pessoal fosse para a prisão, eu gostaria. Aí, quem está falando é o indivíduo", diz Serra.
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