Serra atrela futuro a ‘não atrapalhar’ planos do partido


DÉBORA BERGAMASCO - O ESTADO DE S. PAULO


Ex-governador diz que decidirá sobre disputa à Câmara ou ao Senado em função das alianças do PSDB no Estado e no País

O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), duas vezes candidato à Presidência, disse em entrevista ao Estado que escolherá seu futuro político de modo a não “atrapalhar” nem a candidatura do senador Aécio Neves (MG) ao Palácio do Planalto nem os interesses nacionais e estaduais da legenda.

“Com certeza, no mínimo eu vou ser candidato à Câmara este ano. Ainda não sei sobre o Senado, porque dependo da articulação das alianças do PSDB, tanto em São Paulo quanto nacionalmente. E não quero atrapalhar isso”, afirmou numa conversa na sexta-feira à noite.

A candidatura ao Senado – que neste ano terá só uma das três vagas por Estado em disputa – na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) é uma importante moeda de troca para formar as coligações, de modo a aumentar o tempo de propaganda do governador. Embora Alckmin lidere as pesquisas de intenção de voto e hoje tendesse a vencer em 1.º turno, o partido avalia que a disputa será mais difícil que as duas anteriores, quando Serra e Alckmin ganharam já na primeira etapa da votação.

O PSDB paulista conversa com PSD e PSB para a coligação – os partidos podem ocupar a vaga de vice ou a vaga de candidato ao Senado. Não está descartada, porém, que a vaga ao Senado fique mesmo nas mãos de um tucano. Serra, por exemplo, lidera a disputa pela cadeira nas sondagens feitas recentemente, superando o petista Eduardo Suplicy, que se mantém no cargo desde 1991, obtendo várias vitórias consecutivas.


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