"São Paulo é solidária aos imigrantes e tem tradição em recebê-los", artigo de Eloisa de Souza Arruda


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1º de Maio, feriado, os veículos se revezam no estacionamento da Missão Paz, na Baixada do Glicério, em São Paulo. Forma-se um entra e sai de pessoas que chegam para doar roupas e mantimentos. Entre elas, há empresários com oferta de empregos.

Alguns dizem que não há solidariedade em São Paulo. Mas o fluxo de pessoas que acorre ao local, onde centenas de pessoas estão abrigadas, se encarrega de contradizer a afirmação.

São brasileiros que vivem ou nasceram em São Paulo, uma metrópole com longa tradição de acolhimento e que foi construída pela força dos migrantes e imigrantes. Há ainda, entre os solidários, estrangeiros de vários países que aqui também foram recebidos de braços abertos.


"Desde a sua origem, o episódio acabou assumindo dimensões que revelaram a precariedade de nossa capacidade de acolher grandes deslocamentos humanos" Eloisa de Souza Arruda, secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania, sobre a chegada de imigrantes haitianos vindos do Acre


Nos finais de semana, a comida é preparada por chefes de cozinha brasileiros e também por um mosaico gastronômico de outras origens. Há a noite chilena, a noite peruana, a noite boliviana e a noite italiana, com comidas típicas de cada país.

Na edificação vizinha à bela igreja Nossa Senhora da Paz, repleta de pinturas e esculturas, uma grande quantidade de alimentos se acumula nos corredores. Há também colchões e cobertores.

Eles foram doados pelo município e pelo governo estadual, mas principalmente por famílias, organizações não-governamentais e entidades filantrópicas. Tem sido assim desde a notícia de que centenas de imigrantes haitianos estavam chegando a São Paulo.

Eles desembarcaram em massa nos terminais rodoviários intermunicipais de São Paulo, depois de percorrer cerca de três mil quilômetros de estradas e rodovias.

"A questão transcende as disputas entre governos, já que nenhum governo isoladamente pode assumir uma responsabilidade como essa sem a União"

*Eloisa de Souza Arruda, secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo, sobre a troca de críticas entre os governos do Acre e de São Paulo

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