Presidente do TSE defende multa a Dilma e 'rédeas curtas' nas eleições


Marcio Falcão - Folha.com


A uma semana do fim de sua gestão na Presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro Marco Aurélio Mello defendeu nesta terça-feira (6) multa à presidente Dilma Rousseff por reunião no Palácio da Alvorada que contou com o ex-presidente Lula e cobrou dos colegas "rédeas curtas" nas eleições de outubro.

O tribunal começou a analisar hoje representação contra Dilma por encontro com Lula e integrantes e integrantes de sua equipe da campanha de reeleição na residência oficial da Presidência, em março.

O julgamento foi suspenso depois do pedido de vista do ministro Dias Toffoli, após os ministros Admar Gonzaga e Luciana Lóssio votarem pela rejeição da ação e Marco Aurélio Mello antecipar seu voto a favor da multa.

Marco Aurélio fez duras críticas ao comportamento de forma geral dos pré-candidatos para as eleições de outubro.

"O que se tem no Brasil é verdadeira hipocrisia. A propaganda eleitoral está em nossos lares mediante o desvirtuamento da propaganda partidária e mediante a publicidade implícita, publicidade voltada a enaltecer a figura deste ou daquele. [...] Ou o tribunal mantém rédeas curtas ou vamos aguardar o que acontecerá até o dia 5 de outubro", disse o presidente do TSE.

Ele ainda rebateu argumento dos colegas de que não é possível afirmar que o encontro de Dilma e Lula no Alvorada teve finalidade eleitoral porque ainda não há candidatos ao Palácio do Planalto oficializados.

"Não posso conceber que leve a concluir-se que não havendo candidatos escolhidos tudo e possível".

E completou: "o que eu houve no Palácio do Alvorada? Não se poderia negar que a finalidade seria política, mas a meu ver não basta aludir-se à política, aqui o fim visado seria justamente o pleito de 2014", disse.

Na época, Dilma e Lula posaram para uma foto que foi distribuída pelo Instituto Lula, no Twitter. Segundo relatos, o encontro tratou da insatisfação do PMDB com o PT e o Palácio do Planalto e o destino de Giles Azevedo, que deixou a chefia de gabinete de Dilma para integrar a coordenação da campanha.

O PSDB argumenta que houve uso de imóvel da união em horário de expediente para encontro com "fins eleitorais" de caráter público, já que a reunião foi divulgada para a imprensa.

De acordo com os tucanos, a presidente infringiu a Lei das Eleições (9504/1997), no artigo que proíbe a agentes públicos cederem bens móveis ou imóveis da União para candidatos ou partidos, e deveria ser multada em até R$ 100 mil.

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