Haddad faz 'cercadinho' para usuários de crack no centro de SP


Aretha Yarak - Folha.com

Davi Ribeiro/Folhapress 
Grades instaladas na rua Cleveland, na região da cracolândia, no centro de São Paulo

A Prefeitura de São Paulo tentou na tarde de ontem colocar usuários de droga da cracolândia dentro de um cercado de metal, que foi erguido na esquina da alameda Cleveland e da rua Helvetia.

Normalmente, a concentração de usuários fica disposta no meio das ruas do entorno, principal ponto de venda e consumo do crack.

As grades foram colocadas por volta das 16h ao redor do calçadão. Cerca de uma hora depois, viaturas começaram a levar pacificamente o grupo que estava concentrado na alameda Dino Bueno para a área do "cercadinho".

Indignados com as grades, os usuários resolveram ocupar a tenda Braços Abertos, localizada na rua Helvetia.

A tenda é base do programa homônimo da prefeitura, que oferece trabalho, moradia, alimentação e tratamento na cracolândia.

Segundo usuários ouvidos pela Folha, ela foi ocupada como uma alternativa ao início de um confronto com a Guarda Civil Metropolitana.

Afirmaram ainda que aceitariam mudar o ponto de concentração para a esquina da Helvetia com a Cleveland, mas não toleram as grades.

IMPASSE

Davi Ribeiro/Folhapress 
Usuários de Crack dentro tenda do programa braços abertos, na região da cracolândia

No início da ocupação, os usuários apontavam que só sairiam da tenda caso as grades fossem removidas, mas acabaram se retirando de forma pacífica e sem interferência dos guardas-civis.

A ocupação durou duas horas. Nesse período, tanto a venda quanto o consumo de crack, que normalmente acontecem na rua, ocorreram dentro da tenda municipal.

Até o início da noite de ontem, os usuários estavam concentrados na rua Helvetia e afirmavam que só iriam para o calçadão caso as grades fossem removidas.

PREFEITURA

De acordo com a prefeitura, as grades foram colocadas apenas para organizar a movimentação dos usuários.

"Estamos tentando liberar as calçadas e ruas para garantir o direito de ir e vir da população", afirmou Roberto Porto, secretário municipal de Segurança Urbana.

Segundo ele, as grades não ficarão fechadas e os usuários têm trânsito livre.

"Não estamos prendendo ninguém, apenas dando espaço para quem deseja usar a calçada ou a rua", disse. 





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