Ministério da Saúde dificulta acesso a informações sobre parcerias


Felipe Coutinho - Fiolha.com

Enquanto o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha adota o discurso de transparência nas PDPs (Parcerias de Desenvolvimento Produtivo), a Folha encontrou uma realidade diferente na pasta.

O ministério vem sucessivamente dificultando o acesso aos documentos que explicam como a Labogen, que tinha folha de pagamento de R$ 28 mil mensais, planejava ganhar projeto de R$ 31 milhões com a pasta.

Por meio do Lei de Acesso à Informação, a Folha havia solicitado as informações no fim de março e, no último dia previsto pela lei, o Ministério da Saúde pediu a prorrogação do prazo.

Por meio da assessoria de imprensa, a pasta também rejeitou na sexta-feira (26) a solicitação da reportagem para ter acesso aos documentos.

Foram duas justificativas apresentadas para a indisponibilidade do material.

A primeira razão é que a documentação está sob investigação interna. Outro motivo é que existem cláusulas de confidencialidade no termo –o mesmo que Padilha diz ser totalmente transparente.

A PDP da Labogen não é a única que vem sendo tratada com reserva pela Saúde. Pedido da Folha relativo a outra PDP já foi rejeitado por meio da Lei de Acesso à Informação. A pasta encaminhou informações genéricas sobre o acordo e citou artigos da Lei de Acesso, sem dar explicações, sobre o caráter reservado do termo.

O artigo da lei citado pelo Ministério da Saúde para restringir as informações trata dos documentos "imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado".

O inciso fala em "prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional".

A assessoria do Ministério da Saúde informa que enviou a íntegra do termo à Justiça e à Polícia Federal.

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