Crítica de Alexandre Padilha é 'debate eleitoral', afirma Geraldo Alckmin


GABRIELA TERENZI, PAULO GAMA e ANDRÉIA SADI - Folha.com

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), classificou ontem como "eleitorais" as críticas do ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, que, em entrevista à Folha, fez críticas à política de segurança do Estado e disse que o PCC é uma "criação dos 20 anos de governo do PSDB".

Questionado sobre a fala do petista, Alckmin disse: "Eleição, só no segundo semestre. Debate eleitoral tem sua hora". O tucano recusou-se a fazer outros comentários sobre Padilha, seu futuro adversário na disputa estadual.

Para interlocutores do Palácio dos Bandeirantes, uma resposta direta de Alckmin alçaria Padilha ao patamar do governador na disputa e aumentaria a exposição do petista, ainda pouco conhecido pelo eleitorado.

Nas palavras de um auxiliar de Alckmin, o governo tucano quis evitar que o petista fosse levado ao "centro do ringue". O PSDB escalou o presidente estadual da sigla, o deputado Duarte Nogueira, para rebater Padilha.

"Ele quer discutir a segurança pública fazendo acusações ao Estado sem mostrar a quem ele serve: um governo que investe dez vezes menos do que São Paulo investe em segurança pública per capita", disse Nogueira à Folha.

Segundo o tucano, o governo federal investe por ano em segurança R$ 40,61 per capita, contra R$ 381,35 do governo estadual.

Nogueira atacou também a gestão de Padilha na Saúde. "Queria que ele falasse um pouco sobre a saúde: por que não reajustou a tabela do SUS, defasada há dez anos?", questionou.

A facção PCC (Primeiro Comando da Capital) foi criada por oito presos em 31 de agosto de 1993 na gestão de Luiz Antonio Fleury Filho (então PMDB), no Anexo da Casa de Custódia de Taubaté, o Piranhão.

O grupo foi organizado durante uma partida de futebol. O time fez um estatuto e passou a cobrar uma taxa dos "irmãos" para bancar ações criminosas.

A facção dizia então que havia sido criada para "combater a opressão" nas prisões e "vingar a morte dos 111 presos" no Carandiru, em 1992. Para Fleury, naquela época o "PCC era um time de futebol".

Em 2002, Marcola (Marcos Willians Herbas Camacho) virou líder da facção. Sob seu comando o PCC desencadeou muitos ataques a policiais em 2003 e 2006.

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