JOÃO ALBERTO PEDRINI - Folha.com
O evento que marcou o início das obras de recapeamento e melhorias na SP-425 (rodovia Assis Chateaubriand), em Barretos (423 km de São Paulo), nesta terça-feira (7), foi marcado por duras críticas do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao governo federal. O alvo principal foi o baixo financiamento da saúde.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, deve ser a aposta dos petistas na disputa pelo governo do Estado nas eleições deste ano, justamente contra Alckmin.
Durante a tarde, Alckmin assinou um convênio com a Santa Casa de Barretos para o repasse de R$ 10,2 milhões em 2014.
Em coletiva ainda às margens da rodovia, o governador disse que, por causa do financiamento insuficiente do SUS, Santas Casas do Estado passam por uma grave crise econômica.
"Nós resolvemos complementar a tabela [do SUS]. E por que as Santas Casas entram em crise? Porque elas atendem o SUS. Se atendessem só convênio não haveria crise. A tabela do SUS não é corrigida há dez anos, por isso, quanto mais se atende o SUS, mais [o hospital] vai se endividando", disse o governador.
Ele afirmou também que o dinheiro –anunciado em Barretos e para outras Santas Casas do Estado– "não é para construir prédio ou comprar equipamentos, é para custeio". "Não adianta ter prédio se os leitos ficarem ociosos. Tem unidade que se atender SUS, quebra", disse.
O deputado estadual Carlos Pignatari (PSDB), durante discurso, também adotou um tom de crítica ao governo federal: "O Ministério da Saúde há mais de dez anos não reajusta a tabela SUS. Falta investimento do governo federal", afirmou.
Presidente estadual do PSDB, o deputado federal Duarte Nogueira foi outro que fez ataques à União.
"O governador vem hoje reerguer a Santa Casa de Barretos, salvar a saúde pública, diferente do que eu tenho assistido em Brasília, por parte do governo federal."
Padilha afirmou nesta segunda-feira (6) que irá deixar o cargo até o fim deste mês. Ele esteve na capital paulista para a inauguração da sexta unidade da Rede Hora Certa, principal campanha eleitoral na área da saúde do prefeito Fernando Haddad (PT).
"Já fiz minha mudança para São Paulo, trouxe o que estava em Brasília para a minha casa aqui", disse.
Segundo o ministro, a preparação para deixar a pasta está sendo feita desde 2 de novembro, após reunião com a presidente Dilma Rousseff.
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