Datafolha: 66% dos entrevistados querem mudanças


NATUZA NERY e MÁRCIO FALCÃO - Folha.com


Os dois principais presidenciáveis da oposição apostam no desejo de mudança do eleitor em relação às ações do futuro presidente, indicado na pesquisa Datafolha, para decolarem na corrida presidencial de 2014.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador Eduardo Campos (PSB-PE) minimizaram o aumento da vantagem da presidente Dilma Rousseff e mostraram sintonia em suas avaliações feitas à Folha sobre o futuro do quadro sucessório --que, na visão deles, traz preocupação ao PT.

"O mais relevante é que dois terços da população querem mudança. Somente no momento em que os intérpretes da mudança [oposição] puderem oficialmente falar para o conjunto da sociedade é que esse sentimento se transformará em intenção de voto", disse Aécio.

Campos reforçou a análise: "O jogo ainda não começou, porque a maioria da população ainda está distante do debate sucessório. Agora, quando é chamada a pensar sobre a sucessão, mostra que já tomou a decisão de mudar".

Segundo o Datafolha, 66% dos entrevistados querem que o próximo presidente adote ações na maior parte diferentes das de Dilma. Só 28% querem ações iguais.

Mas em todas as simulações, o cenário que parece mais provável é também aquele em que Dilma se sai melhor. Ela tem 47% das intenções de voto contra 19% de Aécio e 11% de Campos. Em outubro, Dilma tinha 42%, o tucano, 21%, e o socialista, 15%.

Os dois apostam que crescerão quando a campanha começar de fato.

Para Campos, o "sentimento de mudança nessa proporção e com essa antecedência não se via nos pleitos anteriores. Nesta hora, o que se vê é o desconhecimento de candidatos que nunca participaram de uma eleição majoritária nacional".

Campos e Aécio nunca disputaram eleições nacionais.

"Em 2009, Dilma vinha atrás nas pesquisas, mas o sentimento de continuidade era forte, e ela foi eleita em 2010. Agora, é mudança", disse o senador mineiro.

Em conversas com peemedebistas anteontem, o ex-presidente Lula disse que o cenário seguirá favorável a Dilma e que Campos tem um complicador pela frente: a ex-senadora Marina Silva, tida por ele como difícil e sectária.

No encontro, Lula afirmou que Marina puxará Campos para baixo na eleição. Segundo o Datafolha, Dilma só não venceria a eleição no primeiro turno nos cenários em que a ex-senadora é candidata. (COLABOROU MARINA DIAS, DE SÃO PAULO)

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