Ex-Diretor da Siemens nega delação nas licitações da CPTM e do Metrô


Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi o responsável pela divulgação do documento, originalmente sigiloso e anônimo.


Everton Rheinheimer, ex-diretor de vendas da Siemens, negou, em nota, a autoria das acusações que comprometeram a cúpula do PSDB paulistano.

As declarações, inicialmente divulgadas como parte de um depoimento prestado ao Cade, agora são atribuídas a um trabalho de José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, que recebeu o depoimento por intermédio de Simão Pedro, deputado estadual e secretário de serviços da Prefeitura de São Paulo, governada pelo PT.

O depoimento – cuja origem é desconhecida pelo então denunciante – conectava Edson Aparecido, principal secretário do governador de São Paulo, a um esquema de recebimento de propinas para favorecer a Siemens em editais da CPTM e do Metrô.

Sem se pronunciar desde a divulgação destes detalhes, que deveriam correr sob sigilo de Justiça, Rheinheimer veio a público afirmar que o documento encaminhado ao jornal “O Estado de São Paulo” com ataques ao PSDB é anônimo, e que ele nunca encaminhou arquivos ao Cade ou à Polícia Federal.

Confira a íntegra da nota à imprensa redigida pelo ex-diretor da Siemens, obtida com exclusividade pelo Vox.

A respeito de recentes reportagens veiculadas na imprensa, cabem alguns esclarecimentos:

1. O documento apresentado pelo jornal O Estado de S. Paulo e pelo Jornal Nacional, cuja autoria foi atribuída a mim, é, na verdade, anônimo. Eu nunca encaminhei tal documento ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) ou à Polícia Federal.

2. O documento mencionado, assim como todo o restante da investigação, é sigiloso. Sendo assim, não posso comentar sobre o que consta dos autos do inquérito da Polícia Federal. Porém, vejo-me na obrigação de esclarecer que os documentos devassados e as informações publicadas como se fossem de minha autoria, foram distorcidos e não condizem com a realidade.

3. Sempre colaborei com as autoridades competentes no que me cabia, com a convicção de cumprir o meu dever cívico e moral, jamais fazendo acusações levianas. Meu depoimento à Polícia Federal foi dado antes do escândalo midiático atual, sempre respeitando o sigilo inerente às investigações.

4. Nunca fui filiado a partido político e não tenho interesses ou pretensões políticas. Jamais utilizei a minha obrigação com a verdade como moeda de troca para a obtenção de cargo ou emprego onde quer que seja.

5. Nunca fui, nem serei, suscetível a eventuais pressões ou discussões políticas paralelas à apuração da verdade.

Fonte: .voxbr.com

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