Investigação será rigorosa, diz Alckmin sobre uso de lobista pela Alstom em licitações


Folha.com

ReproduçãoO governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (24) que a corregedoria e a controladoria do Estado têm a recomendação de investigar, "doa a quem doer", a informação de que a Alstom recomendou o uso de um lobista --investigado pelo Ministério Público-- para obter êxito em licitações do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

"Pode ser funcionário, ex-funcionário, quem for. O que recomendamos é investigação rigorosa, não um vazamento seletivo", afirmou.

Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", o presidente da Alstom no Brasil em 2004, José Luiz Alquéres, recomendou "enfaticamente" a diretores da empresa que recorressem ao lobista Arthur Teixeira em projetos no Estado.

Um dos empreendimentos citados por Alquéres, de acordo com o jornal, foi vencido por um consórcio liderado pela Alstom, em 2005. À época, o governador do Estado era o próprio Alckmin.

Questionado por que não houve providência do governo do Estado desde então, ele disse que a denúncia da existência de um cartel foi feita há 14 meses e que outras suspeitas estão sendo investigadas pelo Ministério Público do Estado. "Infelizmente você tem setores oligopolizados, você tem pouca disputa", afirmou.

Teixeira é investigado pelo Ministério Público por envolvimento num esquema de propinas. Em 2009, o consultor Arthur Gomes Teixeira teve os sigilos bancário e fiscal quebrados pela Justiça em ação apresentada pelo promotor Silvio Marques, do Ministério Público estadual.

No e-mail, segundo a publicação, o presidente da Alstom disse também que tem um "longo histórico de cooperação com as autoridades do Estado de São Paulo" e que "apoiou pessoalmente amigos políticos no governo".

Alckmin disse que, apesar de não ter intimidade com o ex-presidente da Alstom no Brasil, "obviamente o conhecia". O e-mail diz ainda que Alckmin participou também das negociações que permitiram a reabertura da Mafersa como Alstom Lapa. Para Alckmin, é "dever do Estado trabalhar para evitar o fechamento de empresas".

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