"A volta de Martaxa na versão Maldadd", entrevista com o vereador Floriano Pesaro


Para Floriano Pesaro, Haddad repete os mesmos erros de Marta Suplicy e Celso Pitta


Haddad precisa de dinheiro para bancar as seis secretarias que ele criou em seis meses, uma subprefeitura a mais e os 1.200 cargos de confiança e sem concurso público que ele criou ao custo de R$ 180 milhões por ano, afirma Floriano

O aumento de até 45% no valor do IPTU em São Paulo, anunciado pelo prefeito Fernando Haddad, é um indicador de que a atual administração municipal pretende repetir os mesmos erros cometidos no passado pela petista Marta Suplicy. Essa é a avaliação do líder da bancada do PSDB na Câmara, Floriano Pesaro. Ao comparar os dois, ele lembra que, após elevar uma série de tributos, Marta deixou o cargo com o apelido nada lisonjeiro de “Martaxa”. “Esse é o caminho que Haddad está seguindo. Não é a toa que ele já ganhou o apelido de ‘Malddad’”, afirmou Floriano, citando o apelido que é resultado da fusão do sobrenome do prefeito com a palavra “maldade”.

O mesmo tom foi adotado pelo vereador ao lembrar que a principal promessa de campanha do atual mandatário, o chamado Arco do Futuro, foi abandonado por ele na apresentação do seu plano de metas. “É a mesma estratégia do ex-prefeito Celso Pitta, que logo que chegou ao poder abandou sua principal promessa de campanha, o fura-fila. O Arco do Futuro é o fura-fila do Haddad”, afirmou Floriano.

Mesmo demonstrando preocupação com os rumos da capital nos próximos três anos de administração petista, Floriano garantiu que o PSDB fará uma oposição consciente, avessa à lógica do “quanto pior, melhor”, adotada pelo PT quando está na oposição. “Já provamos que quando o projeto é de interesse público não temos problema em votar com o governo”, afirmou.

Confira a seguir a entrevista com o vereador:

Como o senhor avalia o aumento no valor do IPTU anunciado pelo prefeito Fernando Haddad?
Floriano: O aumento é gravíssimo, uma brutalidade. O prefeito quer equiparar o aumento do IPTU ao aumento dos valores dos imóveis de acordo com o mercado imobiliário, sendo que o valor da planta genérica já é corrigida pela inflação. Ninguém tem uma remuneração que acompanha a valorização do mercado imobiliário. Não tem sentido.

A Prefeitura hoje tem recursos suficientes para manter a máquina e, se for mais enxuta e eficiente, não precisa de nenhum centavo a mais do que os R$ 45 bilhões que já arrecada anualmente. O fato é que Haddad precisa de dinheiro para bancar as seis secretarias que ele criou em seis meses, uma subprefeitura a mais e os 1.200 cargos de confiança e sem concurso público que ele criou ao custo de R$ 180 milhões por ano.

Na prática, qual o impacto desse aumento na vida do povo?
Floriano: Primeiro que a população terá de pagar a mais no imóvel que mora. Depois, isso vai gerar um aumento geral de preços. O comércio, que terá aumento de 45% no IPTU, irá repassar esse valor aos produtos. Os profissionais liberais, como dentistas, oculistas, médicos, irão repassar esse valor nos preços de suas consultas. São Paulo vai ficar ainda mais cara. Hoje, a capital já é a cidade com o IPTU mais alto do Brasil. Será tirado ainda mais da população sem nada em troca, é uma verdadeira maldade. Não é a toa que o apelido do prefeito já virou “Malddad”, como mistura de seu sobrenome com suas práticas. Ele não entregou nada do que prometeu até esse momento. Foram contadas mentiras e mais mentiras para ocultar a velha prática do partido dele, de engordar a máquina com os companheiros do partido.

Haddad justificou o aumento dizendo que era necessário para incrementar os investimentos municipais. O que o PSDB faria no lugar dele?
Floriano: O PSDB melhoraria o desempenho da máquina pública. Enxugaria os cargos desnecessários, promoveria o governo eletrônico, no padrão Poupatempo. Haveria tecnologia da informação nos serviços públicos, como o e-detran. Todos os serviços seriam na internet. Prontuário eletrônico de consulta médica, marcação de consulta pela internet. Enfim, tudo o que o governo do PSDB faz pelo Estado, nós gostaríamos de fazer pela cidade. Ou seja, modernizar a máquina pública, entregando um serviço de melhor qualidade, sem aumentar um único centavo no custeio da máquina.

Com esse panorama da administração Haddad, com aumento de impostos, criação de novas secretarias para aliados e novos cargos comissionados, além de voltar atrás em promessas de campanha, dá para dizer que essa é a novidade a população esperava?
Floriano: Não, o que prometia ser novidade virou um desastre, um sujeito que realmente não tem nenhum compromisso com a cidade. Não existe realidade em cima daquilo que foi vendido para a população na campanha. O Arco do Futuro é o maior exemplo da mentira que foi contada pelo Haddad, neste caso uma mentira em 3D. Assim como foi com o Celso Pitta (ex-prefeito de São Paulo, sucessor de Paulo Maluf) com a história do fura-fila – que nunca existiu de fato apesar de ser a principal promessa de campanha. O Haddad mostrou uma animação do arco com a cidade ficando verde, os prédios nascendo, como se o tal arco fosse a solução de São Paulo. A mesma estratégia foi usada na época do fura-fila, do Pitta. Mas Haddad já excluiu o arco do seu plano de metas porque não tem recursos para isso. Fernando Haddad é um embuste, uma mentira. São as velhas práticas: o PT ganhou São Paulo para aumentar os cargos para seus companheiros.

Que esperar dos outros três anos de governo de Haddad?
Floriano: Eu sou um otimista. Espero sempre que o governo possa entrar nos trilhos. Por isso, fazemos uma oposição consciente e propositiva, pois acreditamos no melhor para São Paulo e não concordamos com a lógica do “quanto pior, melhor”. Torcemos pelo bem da cidade. A bancada do PSDB provou que é possível votar com o governo nas propostas de interesse público. O problema é que mesmo quando o PT tem o nosso apoio nas votações, o governo não consegue aplicar as propostas. São Paulo está paralisada desde o início do atual mandato. Temo que Haddad acabe como o Pitta, fazendo uma gestão desastrosa para a cidade de São Paulo.

Fonte: PSDB-SP

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