Aécio critica regras para criação de novos partidos


Senador diz, entretanto, que é natural que o PSDB apoie o Solidariedade

JÚNIA GAMA - O Globo

O presidente do PSDB e pré-candidato à Presidência da República em 2014, Aécio Neves (MG), afirmou nesta quinta-feira que a criação de novos partidos sob as regras atuais, que permitem a portabilidade do fundo partidário, não deve ser comemorada. Mas, segundo o senador, é natural que o PSDB apoie o único partido que nasceu sem a benção do governo federal, o Solidariedade, do deputado Paulinho da Força (SP), que já declarou que Dilma hoje é sua inimiga e que pretende apoiar a oposição em 2014.

— Está tudo errado, o Supremo Tribunal Federal errou lá atrás, quando garantiu a portabilidade do fundo partidário. Hoje, há uma lógica mercantilista na criação dos partidos: cria-se o partido, racha-se o fundo partidário e vende-se o tempo de televisão. Não devemos comemorar por causa dessa distorção nas regras, mas, já que nasce no país um partido sem viés governista, ele é bem-vindo - afirmou.

O senador disse que, apesar de ser contrário às regras atuais, deve haver isonomia no tratamento que o governo dá à criação desses partidos. Aécio recordou que o Palácio do Planalto estimulou a criação do PSD, que nasceu como uma partido aliado, mas que, agora, atua para impedir a implantação de novas legendas, como a Rede Sustentabilidade.

— O governo federal se aproveitou dessas facilidades quando lhe era conveniente e estimulou a criação de partidos governistas. Agora, vem dizer que não pode mais. É preciso que seja dada isonomia nesse tratamento. Só depois desse processo eleitoral devemos criar regras para a criação dos partidos, deixando claro que a portabilidade é indevida - pontuou.



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