Sr. Presidente, nobres Vereadores, telespectadores da TV Câmara São Paulo. Boa tarde.
Em Pernambuco, as composições das linhas Sul e Centro do metrô de Recife foram reformadas por um consórcio liderado pela Siemens. Todos os 25 trens do sistema de metrô da capital pernambucana foram modernizados e climatizados pela empresa. O metrô de Recife é operado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), uma empresa do Governo Federal e o dinheiro pago à Siemens vem do PAC Mobilidade.
O Ministério Público Federal da Bahia, estado governado pelo PT, investiga irregularidades cometidas por empresas nas licitações do metrô de Salvador. A Siemens tem como sócias a Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez no consórcio MetroSal, que venceu a licitação do metrô de Salvador em 1999. Este projeto previa investimento de R$ 400 milhões para os 11,6 quilômetros.
Posteriormente, o metrô teve seu traçado original reduzido para seis quilômetros. Depois de 13 anos, R$ 1 bilhão foi consumido e as obras ainda não foram concluídas e nem um munícipe transportado! O metrô de Salvador também é uma obra do Governo Federal sob responsabilidade da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
A Siemens também está presente em mais uma linha de Metrô, a do Rio de Janeiro, onde é responsável pela estrutura de fornecimento de energia elétrica da nova linha, que fará a Conexão Pavuna – Zona Sul e a nova estação de General Osório. Os contratos foram fechados em 20 milhões de dólares. Entre outros trabalhos, a Siemens fará o fornecimento, a instalação, os testes e a colocação em operação dos sistemas de energia de uma série de estações.
Recentemente, o Governo do Rio de Janeiro culpou a Siemens por uma falha que causou pane de 2 horas no metrô carioca, por problema na montagem da estrutura de energia da nova estação Uruguai.
Em Fortaleza, no Ceará, a Siemens participou do consórcio que construiu a Linha Sul do metrô em parceria com a Queiroz Galvão, com a Camargo Correa, com a Alstom e com a Bombardier. A obra da Linha Sul com 18 estações e 24 quilômetros custou R$ 1,5 bilhão, sendo que R$ 1,2 bilhão foi pago com recursos federais do PAC Mobilidade.
Em Brasília, a Alstom e a Siemens teriam feito acordos durante a disputa pela obtenção dos serviços de manutenção do Metrô da capital federal. Hoje, a cargo da Alston e da Siemens, este contrato, de R$ 96 milhões por ano, é alvo de duas investigações do MP.
As empresas Alstom e CAF se uniram para participar das licitações da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa do governo federal, em Porto Alegre e em Belo Horizonte. Na capital gaúcha, a Alstom detém 93% do consórcio FrotaPoa. O restante pertence à empresa espanhola CAF. Na capital mineira é o contrário, a CAF detém 93% do consórcio e a Alstom 7%.
O metrô de Porto Alegre comprou 15 trens para a linha 1 no consórcio FrotaPoa. O valor total do contrato é de aproximadamente 244 milhões de Reais, ou seja, 16,25 milhões de Reais por trem.
Em Belo Horizonte, o consórcio composto pela CAF e pela Alstom venceu a licitação para o fornecimento dos dez novos trens que vão integrar a frota do metrô. A licitação foi realizada pelo Regime Diferenciado de Contratações Públicas e seguiu o decreto que estabelece a aplicação de margem de preferência de 20% para a produção nacional em licitações da administração pública federal, para aquisição de veículos para vias férreas. O valor de aquisição das novas composições foi de R$ 171 milhões.
O Governo do Estado de São Paulo acabou de fazer uma concorrência nacional para a compra de 65 trens, em dois lotes. O valor orçado pelo Governo foi de 759 milhões de Reais para compra de 30 trens e R$ 882 milhões para outro lote de 35 composições.
Esta compra não se concretizou, pois o valor ofertado pelo consórcio CAF/Alstom foi 50% a mais do que o valor orçado. Isso mesmo, 50% mais caro. Para comprar 30 trens do consórcio, o Governo de São Paulo teria que pagar R$ 1,19 bilhão; e para a compra do segundo lote (35 trens) o valor é de R$ 1,3 bilhão.
O Governo de São Paulo tem em andamento uma concorrência internacional para a compra destes dois lotes. Desta vez, os valores ofertados ficaram abaixo dos valores orçados. Para o lote de 30 trens, o consórcio IESA/Hyundai/Roten fez a proposta de R$ 788 milhões e para o segundo lote (35 trens), a CAF Brasil quer R$ 1,01 bilhão.
Agora, se compararmos o custo de cada carro que está sendo comprado pelo Governo de São Paulo com o custo de cada carro comprado pela CBTU do Governo Federal em Belo Horizonte, vemos outro absurdo.
Para o Governo de São Paulo, o custo de cada trem do Lote 1 é de R$ 2,92 milhões e do Lote 2, R$ 2,6 milhões. Já para comprar os trens em Belo Horizonte, a União pagou por carro R$ 3,3 milhões; e em Porto Alegre, R$ 2,98 milhões.
Ou seja, o Governo Federal pagou mais para comprar os trens.
A pergunta que fica é: por que ninguém fala disso? Já que a Siemens afirmou fazer parte de um cartel, ela deve ser investigada em todos os negócios que mantém no país.
Muito obrigado.
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