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Com o discurso de que vai "às últimas consequências" para apurar as suspeitas de que um cartel tenha agido por dez anos no Estado de São Paulo para fraudar licitações de metrô e trens com o aval de agentes públicos, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) apresentou ontem uma comissão formada somente por entidades civis para acompanhar o trabalho da Corregedoria do Estado.
O órgão estadual abriu uma apuração paralela à que corre na esfera federal, após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) informar que apurava desvios em concorrências do Estado.
Sem responder a perguntas dos jornalistas, Alckmin voltou a dizer que o governo é o maior interessado em esclarecer o episódio.
"Nós queremos toda a investigação: do Cade, da Polícia Federal, do Ministério Público Federal, do Ministério Público Estadual. Nós queremos toda a transparência, investigação e verdade. E as suas consequências", disse.
Segundo o corregedor do Estado, Gustavo Ungaro, 31 contratos estão sendo examinados. Essa documentação e os depoimentos colhidos pela corregedoria ficarão à disposição das entidades que compõem a comissão, como a OAB paulista e o Instituto Transparência Brasil.
Durante a apresentação do grupo, batizado de Movimento Transparência, Alckmin foi questionado por dirigentes de entidades sobre qual o alcance que a comissão terá. "Liberdade total", disse.
Ungaro disse que a corregedoria já começou a colher depoimentos de pessoas e empresas ligadas ao caso. Questionado sobre se estudava ouvir o ex-governador José Serra, citado em e-mails de um dos diretores da Siemens no Brasil, disse que "um ex-governador não está sujeito à corregedoria". Em seguida, afirmou que "qualquer pessoa poderá ser ouvida".
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