Aécio Neves defende administrações tucanas de denúncias de cartel


DANIELA LIMA - Folha.com

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), fez na noite desta segunda-feira (5) uma defesa das administrações tucanas no estado de São Paulo, quando questionado sobre o suposto cartel que teria atuado nas licitações de metrô e CPTM do Estado.

"As histórias de [Geraldo] Alckmin, [José] Serra e [Mário] Covas são por si só um atestado de probidade, de correção e de respeito ao dinheiro público. Portanto, eles são os maiores interessados em esclarecer esse caso", disse.

Aécio fez coro às declarações recentes do governador paulista Geraldo Alckmin e disse achar "extremamente estranho" que os documentos referentes à investigação promovidas pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em Brasília não tenham sido enviadas para o governo de São Paulo.

"Nós queremos apuração, não o vazamento seletivo de informações", afirmou.

Hoje, a Justiça Federal negou o pedido de acesso à investigação sobre cartel para governo de São Paulo.

Mais cedo, o governador Geraldo Alckmin criticou o fato de ter que ir à Justiça para obter dados sobre cartel. "É um sigilo estranho porque as informações todas estão na imprensa", criticou o governador.

O senador participou de um jantar de apresentação do Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes (MG), no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Antes do evento, ele se reuniu reservadamente com Alckmin.

O CASO

Como a Folha revelou, a multinacional alemã Siemens entregou às autoridades papéis indicando que o governo paulista teve conhecimento e avalizou a formação de um cartel para a licitação da linha 5 do Metrô de São Paulo.

Em troca das informações, a empresa assinou com o Cade um acordo de leniência, que pode lhe garantir imunidade caso o cartel seja confirmado e punido.

Pelos documentos apresentados pela empresa, o suposto conluio ocorreu no período dos governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.

Alckmin negou, no fim de semana, que o governo tenha dado aval à formação de um cartel para a licitação da linha 5 e disse que, caso algo seja provado e exista um agente público envolvido, ele será rigorosamente punido.

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