Daniel Carvalho - Folha.com
O senador e provável candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou na noite desta quinta-feira (29), no Recife, que gostaria de construir uma "nova agenda" para o país ao lado de outro presidenciável, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
O tucano, que chegou ao jantar na casa de Campos acompanhado pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e pelo deputado federal Sérgio Guerra (PSDB-PE), disse ainda "não ver dificuldades" em formar palanques duplos com o pernambucano em "alguns Estados".
Aécio disse que sua visita a Eduardo Campos era uma cortesia. Mais cedo, o governador pernambucano disse que o mineiro viajava a Pernambuco em "missão partidária".
Roberto Pereira/Divulgação
Aécio Neves e Eduardo Campos jantam juntos nesta quinta-feira (29), na residência do governador de Pernambuco
"Temos uma convivência com o PSB em muitos Estados, a começar pelo meu próprio. Em Estados como São Paulo essa parceria é muito sólida. Não vejo dificuldade nenhuma em alguns Estados estarmos juntos no mesmo palanque", afirmou Neves.
Aécio negou ter feito um pacto de não-agressão com Campos, mas disse haver "respeito mútuo" entre os dois e que possui grande "identidade" com o pernambucano.
"Nunca escondi que gostaria muito de um dia estar construindo uma nova agenda para oBrasil, iniciando um novo ciclo de eficiência na gestão pública, de ética, de transparência e resultados concretos ao lado do governador Eduardo Campos", afirmou.
"Se isso for possível quem ganha é o Brasil", completou o senador.
Aécio Neves procurou ressaltar semelhanças com Campos e criticou o governo Dilma Rousseff.
"Várias das conquistas que vieram desde o governo do PSDB estão em risco", disse o senador. "Há pouca generosidade do governo federal no respeito à Federação. E esse é um discurso que tem unido a mim e o governador Eduardo", afirmou.
APAGÃO
Aécio Neves atribuiu o apagão que deixou às escuras toda a região Nordeste na quarta-feira (28) à "falta de planejamento" e "excesso de intervencionismo" do governo federal.
"O que existe hoje no governo é falta de planejamento, uma gestão extremamente ineficiente. Os brasileiros querem um novo ciclo", disse Neves.
O mineiro minimizou a declaração de Eduardo Campos, mais cedo, de que o país aprendeu com a crise no setor energético vivenciada em 2001, durante o governo FHC, quando foi preciso racionar energia elétrica.
"Tivemos problemas sérios nessa área lá atrás, não escondemos isso. Agora eu quero é pensar no futuro. Mais do que a comparação entre um e outro modelo, temos que pensar como fazermos, como planejarmos os investimentos para que não haja no futuro mais apagões", afirmou.
Editoria de Arte/Folhapress
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