"Violência Juvenil: Fruto do consumismo, falta de perspectiva e do discurso do ódio", artigo de Welbi Maia


Nos últimos 20 anos, com a estabilidade econômica advinda com o Plano Real, e com a rede de proteção social, criado no Governo Fernando Henrique Cardoso e intensificada nos Governos Lula e Dilma, a camada mais pobre da população brasileira passou a ter acesso a crédito de médio e longo prazo, e, assim, mais acesso aos bens de consumo. 

Algo muito positivo, lógico. Contudo, ainda há um abismo nas desigualdades sociais entre os mais ricos e os mais pobres.

E é na desigualdade social que nasce um dos maiores males de nossa sociedade: a violência. Mas não é só a desigualdade que gera a violência. Ela é alimentada e se fortalece pelo consumismo. Pregado pela mídia de forma tão avassaladora, que não há quem esteja imune a ele. Quem é que não deseja ter "aquele carro", "aquela camisa", "aquele tênis", "aquela bolsa"? 

Hoje, com quase todos tem acesso à informação. Quase todos os lares brasileiros tem TV. Muitos, acesso à internet, e por aí vai. Por isso, se tornam muito mais vulneráveis aos apelos consumistas. 

Por mais que as camadas mais baixas da sociedade tenha conquistados acesso ao crédito e bens de consumo, ainda estão muito distantes de poder adquirir aqueles produtos que são símbolo de status e de poder.

A juventude é sem dúvida o principal alvo desta avalanche de consumismo. E aí começa a frutificar a violência que nasce da desigualdade. 

O jovem tem a necessidade de ter aqueles produtos que a mídia lhe impõe para se destacar entre os seus; sua condição social não lhe permite; ele não tem perspectiva de futuro por falta de acesso a educação de qualidade, emprego digno, etc. 

Pronto. A violência encontra "terreno fértil" para proliferar. O crime passa a ser uma possibilidade rápida de conquistar tudo aquilo que lhe é oferecido e dito como importante para ser aceito na sociedade.

E o jovem bombardeado pela mídia do consumismo, sem estrutura familiar, sem perspectiva de ascensão social, com exemplos "bem sucedidos" no crime, torna-se presa fácil.

Se tudo isto não bastasse, ainda há mais um elemento que pode tornar este jovem vulnerável ao crime, um criminoso cruel: o discurso político do ódio. A luta classes.

Disseminado pela velha esquerda nas populações mais carentes, onde se encontram estes jovens vulneráveis, o discurso do ódio à "burguesia", torna-se a "espoleta" para os crimes violentos, principalmente latrocínios, que vemos todos os dias nos noticiários.

Com todos estes elementos, como conter a violência? Muito difícil. É preciso atacar a causa. Mas o que vemos é ela ser alimentada a cada dia pelo próprio governo que incentiva o consumo, como se ter acesso aos bens de consumo fosse a coisa mais importante da vida das pessoas. O governo federal age como aquele apresentador de programa na TV a cabo que ao apresentar um produto grita: "Compra! Compra! Compra!". O discurso consumista dos dois últimos governos é "lenha na fogueira" do consumismo voraz que gera a violência.

De nada adiantará aumentar o policiamento, mudar as leis, aumentar as penas, diminuir a maioridade penal. Estas ações só atingem o efeito da violência. O que precisa é se atacar as causas: a desigualdade social, a supervalorização do consumismo, a falta de perspectiva de futuro aos jovens, o fim da pregação do ódio entre as classes sociais.

É isso!

WELBI MAIA BRITO
Editor
welbimaia@hotmail.com














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