Governador Alckmin pretende cortar mais duas secretarias em São Paulo


SILVIA AMORIM - O Globo

Depois de anunciar um primeiro pacote de corte de gastos após os protestos que reduziram a tarifa do transporte público, o governo de São Paulo não descarta ampliar o número de secretárias a serem extintas. Além da pasta de Desenvolvimento Metropolitano, cujo fechamento foi divulgado no fim de junho, pelo menos, as secretarias de Saneamento e de Turismo aparecem como candidatas em potencial a um corte. O que impediu, até agora, um anúncio foi a acomodação de partidos aliados.

O fim das atividades dos dois órgãos é discutido no governo paulista antes mesmo da divulgação das primeiras medidas de enxugamento da estrutura do governo, em 28 de junho. O impasse dá-se porque as pastas são comandadas pelo PV e o PSB. Originalmente, ambas surgiram do desmembramento de outras secretarias. Uma das propostas em estudo é retornar à configuração anterior. Até ontem, não havia data prevista para anunciar novos cortes.

A presença de políticos no comando de diversas secretarias de estado foi tema de uma reunião na semana passada entre as principais lideranças do PSDB no estado - o governador Geraldo Alckmin (PSDB), os ex-governadores José Serra e Alberto Goldman e o senador Aloysio Nunes Ferreira. Segundo auxiliares de Alckmin, houve consenso de que seria um gesto eleitoralmente estratégico a substituição dos atuais titulares por pessoas de perfil mais técnico no comando de diversas secretarias. Os tucanos avaliaram que essa poderia ser uma resposta do governo às manifestações populares.

Além do PSDB, sete partidos têm assento no primeiro escalão do governo Alckmin (DEM, PDT, PTB, PPS, PV, PSB e PRB). O último a ingressar na gestão foi o PRB, em maio deste ano, num acordo feito em troca de apoio para a eleição de 2014.

Outro dilema enfrentado por Alckmin é a lista numerosa de secretários de estado que devem ser candidatos no próximo ano e, portanto, deverão deixar o governo. São, ao todo, oito deputados federais e estaduais, sem contar aqueles que não têm mandato mas programam se candidatar a algum posto. Há uma tentativa em estudo de antecipar o afastamento daqueles que disputarão eleição. Por lei, a desincompatibilização tem que ocorrer até seis meses antes do pleito.



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